Vitórias Inspiradoras: Histórias reais de quem superou a covid-19
Vitórias Inspiradoras é o espaço destinado aos relatos de pacientes que foram internados e até entubados, e ainda assim venceram a batalha contra a covid

Mariane Veiga
Publicado em: 13/12/2021 às 00:01 | Atualizado em: 13/12/2021 às 12:45
A covid-19 nos atingiu de forma avassaladora, causou perdas irreparáveis e caos no mundo. São milhares de famílias que perderam entes queridos, pessoas que lutaram pela vida, mas foram vencidos pela doença. Ao longo de mais de dois anos de pandemia, contamos óbitos, infectados, variantes, curados e agora vacinados.
Vitórias Inspiradoras é o espaço destinado aos relatos de pacientes que foram internados e até entubados, e ainda assim venceram a batalha contra a doença. São histórias de superação que inspiram aqueles que ainda hoje sofrem com as sequelas ou lutam contra a covid-19.
Em nosso terceiro episódio, a autônoma Maria Sandra Carvalho de Souza, de 47 anos, nos contou como venceu o medo da internação e reuniu forças para vencer a Covid-19.

Natural do estado do Ceará e amazonense há mais de 37 anos, Maria Sandra recorda exatamente do período em que foi contaminada pelo coronavírus.
“Eu retornei de viagem em julho, e por volta do dia 13, às 16h, comecei a me sentir muito mal. Eu achava que era uma gripe, que era uma virose e no decorrer de uma semana a minha vida foi totalmente transformada.
No dia 23 meu irmão ligou para o meu esposo pedindo que me levasse ao hospital. Porque eu estava com falta de ar, mas eu não queria ir ao hospital, aí fiquei mais fraca e debilitada e fui levada ao SPA da Alvorada. Lá eu já testei positivo para Covid e fui logo isolada.
Às 5h50 da manhã a ambulância chegou no SPA para me transferir para o Delphina. De todos os hospitais eu tinha muito medo do Delphina. Mas, se eu soubesse que eu ia ser tão bem acolhida, que só ia ter bênçãos e anjos do senhor para cuidar de mim eu teria ido o mais rápido possível.”
Dona Maria Sandra foi recebida no Delphina Aziz dia 24 de julho.
“Da recepção, quando eu entrei eu senti coisas leves, nada foi pesado, a não ser o medo de não voltar pra casa, e eu tinha muita ansiedade de voltar para minha casa.
Então quando eu cheguei no Delphina que eu vi aqueles anjos, aquelas pessoas me dando forças, dizendo que tudo vai passar, a médica Dra Marcela Menezes, ela dizia, se acalme, você vai conseguir, a gente tá aqui pra isso, lute mas lute para você voltar para sua casa, fique bem!
Como é bom falar daquele pessoal, como aquela turma do Delphina é leve, eu queria poder falar de todos eles por nome, mas eu não lembro, tem aquelas pessoas que estavam ali mais presente, mais juntas, aquela questão de intimidade que te acalma.
A medica que acalentou muito a minha família, o meu irmão quando ia buscar meu boletim”.
O medo de não melhorar e precisar de cuidados maiores preocupavam Maria Sandra.
“Quando as minhas colegas de leito desciam para ser entubadas eu ficava me perguntando se eu era a próxima. É muito difícil, o medo te transmite muitas coisas ruins, mas ali tinha muitas pessoas para me encorajar dentro da minha fragilidade”.

Com 75% dos pulmões comprometidos, dona Sandra reagiu bem ao tratamento e não precisou ser entubada, porém foi uma das pacientes que mais tempo ficou internada.
“O auxiliar de serviços gerais Janderson era quem alegrava as noites. Quando ele chegava para limpar, cantava louvores. Muitas vezes nem a luz ele ligava, eram pequenos detalhes que eu não posso esquecer. Então o Janderson era um menino muito bom, muito divino.
Fiz muitas amizades no Delphina, amizades para vida toda. A Euriluce fisioterapeuta e o Janderson do serviços gerais. Hoje todos os dias os médicos, enfermeiros, os técnicos, os serviços gerais, estão em minhas orações. E hoje é tão prazeroso eu falar sobre essas pessoas que se dedicam, e eu falo hoje sobre a equipe do Delphina que foi lá que me acolheram. Do A a Z eu só tenho a agradecer por cada um deles, por cada profissional.
A Alta médica tão esperada foi anunciada para ela e Sandra conta o oceano de emoções que sentiu.
“Quando eu soube que eu ia pegar alta, eu fiquei muito emocionada.
No dia que eu sai que fizeram o Corredor da Vitória pra mim, os enfermeiros, os técnicos, todo mundo chorando, chorando por ver a minha alegria, porque eu fui a paciente que ficou mais tempo internada, então a gente acaba criando um laço familiar muito grande,
Às vezes eles não estavam na escala para cuidar do meu leito, mas iam lá pra ver como eu estava.
Eu gosto muito de gritar, e por muito tempo eu fui silenciada. O meu uhuuulll é de coração!”
Fotos: Divulgação