Garantido emociona com toadas antológicas e leva galera ao delírio

Neuto Segundo
Publicado em: 01/07/2018 às 23:01 | Atualizado em: 02/07/2018 às 06:25
Com o subtema “Consciência e Resistência”, o Boi Garantido abriu a última noite de Festival, impactando com toadas antológicas levando emoção a nação vermelha e branca. Enquanto o apresentador Israel Paulain cantava “ao longe o ouvi ressoar, os tambores do Boi Garantido”, a galera eufórica respondia num coro uníssono a toada, ao mesmo tempo em que o Boi, surgiu numa plataforma giratória sobre a galera.
A Celebração Folclórica trouxe caricaturas de personagens de manifestações culturais, entre eles, Ariano Suassuna e Câmara Cascudo, representantes da “consciência e tradição cultural”, além deles estavam: Mário de Andrade, no processo de resistência do modernismo, Caetano Veloso e Gilberto Gil, do tropicalismo. Em Parintins, a consciência cultural esteve presentada pelo fundador do Boi Garantido, Lindolfo Monteverde. Durante a encenação da celebração folclórica, Israel Paulain, que sem perder o repertório de toadas consagradas, anunciava mais uma antológica, “Alô já rufou meu tambor, te prepara contrário”.
Continuando com o espetáculo, o tamanho colossal da alegoria já impressionava e chamou ainda mais atenção a plástica e os movimentos. Era novamente gigante Juma na arena, mas desta vez, repaginado e muito maior. A alegoria idealizada pelo artista Emerson Brasil, “Juma, O Guardião da Floresta”, lenda da etnia Cawahiva, também continha outro ser, uma Emerson Brasil, Cunha Isabelle Nogueira, aranha gigantesca e, sobre ela, estava a cunhã poranga, Isabelle Nogueira. Em seguida, a encenação ficou por conta da Celebração Indígena Poracê.
Concorrendo ao Item 11, Letra, Toada e Música, a canção de César Moraes, “Eu sou a toada”, interpretada por Sebastião Júnior, foi ovacionada.
Em seu melhor estilo, o Garantido levou o tradicional “Boizão”, de onde surgiu a Porta-Estandarte, Edilene Tavares. Isabelle Nogueira, cunhã poranga, voltou a cena na Celebração Indígena Poracê. A Figura Típica Regional “O Seringueiro da Amazônia”, exaltou os homens defensores da floresta, entre eles, Chico Mendes. O Auto do Boi apresentou Brenda Beltrão, rainha do folclore e os versos do Amo do Boi, Tony Medeiros.
A apresentação encerrou com o ritual Kuarup, A Festa dos Mortos, assinada pela artista Pengo Souza e, na sequência, André Nascimento, o pajé, evoluiu ao som da toada A Mística do Pajé, de Paulinho Dú Sagrado.