Therezinha Fraxe, pela Ufam, por todos nós 

Neste artigo, Aldenor Ferreira apresenta Therezinha Fraxe, que lança seu nome para a disputa do cargo mais importante de sua vida: a reitoria da Ufam.

Therezinha Fraxe, pela UFAM, por todos nós 

Ednilson Maciel, por Aldenor Ferreira*

Publicado em: 25/01/2025 às 02:24 | Atualizado em: 25/01/2025 às 09:18

A coluna deste sábado é dedicada a Therezinha Fraxe, a nossa Teca. Eu a defino como uma mulher imprescindível, pois ela, de fato, significa isso. Sua vida e sua obra estão entrelaçadas às cores, aos sabores e aos perfumes da Amazônia. 

Teca é uma pesquisadora comprometida com o desenvolvimento socioambiental da Amazônia. Defensora da ciência, eu atesto que ela é a negação da “razão indolente”, uma defensora da “razão cosmopolita”, da “ecologia dos saberes”, das “epistemologias do sul”, para citar, aqui, conceitos e categorias do sociólogo português Boaventura de Sousa Santos. 

Neste momento, Teca lança seu nome para a disputa do cargo mais importante de sua vida: a reitoria da Ufam. Eu, como egresso dessa universidade, afirmo que se trata de uma candidatura justa e necessária, que comunica para a sociedade amazonense a força e a eficiência da mulher cientista e gestora. 

Teca graduou-se em agronomia na Ufam em 1987 e desde lá constrói sua carreira fundamentada na ética da convicção e da responsabilidade, com zelo e respeito pela res pública. Ela tem plena convicção de que o ensino e a pesquisa devem ser públicos, gratuitos e de qualidade, com a universidade sendo um espaço de inclusão, de inovação e, também, como espaço de luta e resistência diante de projetos antidemocráticos e autoritários de poder. 

Não tenho a menor dúvida de que como magnífica reitora ela fará de tudo para construir e pavimentar o caminho que levará a nossa amada e secular Ufam a níveis de excelência, conectada com as necessidades socioambientais da Amazônia, atenta ao seu papel decisivo para a preservação desse importante bioma. 

A Teca e eu

Foi com a Teca que iniciei minha jornada na pesquisa. Isso ocorreu no ano de 2008 quando passei a fazer parte do Núcleo de Socioeconomia da Faculdade de Ciências Agrárias da UFAM (Nusec-FCA-Ufam), grupo de pesquisa liderado pela Teca e pelo Antônio Carlos Witkoski à época. A partir dessa data nunca mais deixei de fazer pesquisa. 

O Nusec mudou a minha vida. Hoje sou docente da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Minha trajetória exitosa está diretamente ligada ao que a Teca e o Antônio fizeram por mim. E isso precisa ser dito e reconhecido publicamente, sem medo de críticas, sem medo de parecer piegas. Na verdade, elogiar e exaltar publicamente pessoas que amamos deveria ser um mandamento.  

Também é importante que se diga que a iniciação científica e o impulsionamento para a carreira acadêmica que a Teca fez comigo se repete ainda hoje no âmbito do Nusec. Atualmente, há dezenas de professores e pesquisadores que estão em grandes universidades federais, estaduais e institutos de pesquisa que foram formados e forjados pelo Nusec. 

Conclusão 

A Therezinha Fraxe, a nossa Teca, é uma amazonóloga. Da sua formatura em agronomia até aqui, são quase 40 anos de dedicação aos estudos e pesquisas sobre a Amazônia. É com o coração cheio de alegria e a alma cheia de paz que reconheço o seu legado. No ensino, freirianamente ela nos guiou pelo caminho da produção do conhecimento libertador, emancipatório, crítico e engajado. 

A sua atuação como reitora terá a marca da busca incessante por soluções para os problemas locais, regionais e nacionais. Será uma gestão, disso não duvido, marcada pela ética, pela transparência, pela responsabilidade e respeito pela natureza e pela cultura dos povos amazônicos. Eu a conheço. Ela é assim.  

Portanto, só me resta declarar: Therezinha Fraxe, pela Ufam, pela ciência, pela Amazônia, por todos nós.

Até a vitória, mestra! 

*O autor é sociólogo.

Ilustração: Gilmal