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Tenório Telles

Uma carta sobre o poder, a ilusão e a liberdade

Esta carta é para um leitor improvável, talvez não seja lida por ninguém. Afinal, que relevância tem, em nossos dias, questionar as ilusões, a falta de humildade e a vaidade que cegam a quase todos? Vivemos num tempo em que a soberba e o sentimento de empoderamento regem as atitudes e o modo de ser de muitas pessoas, especialmente dos que atuam na arena política. 

Pois bem, leitor, essa reflexão me surgiu a partir da leitura das “Meditações”, do filósofo e imperador romano Marco Aurélio, e seus questionamentos sobre a vida, a inconstância, o poder e a resiliência. Governou Roma num tempo de expansão e prosperidade, mas teve de pagar o preço: enfrentou guerras contra opositores, incompreensões e as conspirações palacianas. Sua sabedoria foi sua principal arma na sua luta para manter o poder. Sabia que para resistir a tudo precisava ser “como a rocha sobre a qual as ondas continuam quebrando. Ela permanece impassível, e a fúria do mar cai silenciosa à sua volta”.