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Nietzche

Raduan Nassar, um anjo torto


“Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra disse: 
Vai, Carlos, ser gauche na vida.” 

Carlos Drummond de Andrade, “Poema de Sete Faces”

Em “A origem da tragédia”, Nietzche afirma que há duas pulsões que habitam a psique humana: apolínea e dionisíaca. Essas forças não atuam como pares opositivos, mas também não convivem harmoniosamente. Elas fazem parte da complexidade que constitui o Homem e é o que o torna demasiado humano, aludindo-nos a outra obra do mestre prussiano, “Humano, demasiado humano”.  

Na literatura mundial, encontramos alguns romancistas nos quais essas forças estão presentes, como Fiódor Dostoiévisk, Liev Tolstói, Gustave Flaubert, por exemplo. Na literatura brasileira, temos nada mais, nada menos que João Guimarães Rosa, Hilda Hilst, Clarice Lispector. Não poderíamos deixar de mencionar aqui, é claro, Raduan Nassar, escritor que sempre manteve aceso, na tessitura de seus escritos, o anjo do mal. 

Raduan Nassar, um anjo torto Arte: Gilmal