Relatos de uma história inacabada
Nos anos de 1990, Pe. Humberto Guidotti, jesuíta que dedicou 38 anos da vida à Amazônia, ao Maranhão, e mais 10 anos ao povo de Moçambique, dizia a nós, jornalistas, da importância dessa profissão: “vocês, jornalistas, são os profetas do tempo presente. Têm que escutar, enxergar nas ruas, nas lixeiras e para além delas, traduzir nos seus escritos as realidades do povo, das crianças, das mulheres. Incomodar os que estão acomodados e acalmar os aflitos, os famintos, os sem direito”.
O recado-alerta permanece em mim perturbadoramente, e me remete a passeios pelo bosque do conhecimento. O que a história e o jornalismo têm em comum? O que aproxima e distancia essas áreas de conhecimentos? Meu avô Sebastião, descobri na idade adulta nos bancos da universidade, me fez ampliar a curiosidade sobre a busca de resposta a determinados eventos e realidades. Neste caso, as histórias contadas por vô Sebastião, pescador, nos rios amazônicos, sem escolaridade e detentor de conhecimentos batizados de saberes, na academia.