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Criminalidade banalizada

Um país que perde 68 mil vidas por ano em razão de assassinatos está em guerra cruenta. O número é estarrecedor e derruba a tese de que o brasileiro, por natureza, é um homem bom. Somos o quarto país de uma macabra estatística, computados já os que estão em guerra ou em paz com os demais. No vasto mundo da criminalidade (todos os crimes) estamos a falar apenas dos crimes consumados contra a vida humana (homicídios). Ficam de fora as tentativas e suas vítimas, como as que ficam paralíticas ou com outras sequelas. Sequer estamos a falar das mortes por genocídio. Como acontece com os yanomani, nos desastres no trânsito, outra tragédia nacional, decorrente do horrendo conúbio entre a imprudência e as péssimas condições de nossas rodovias.

Não queremos saber que nível da Federação é responsável pela existência da chacina. Para a população, são todos: União, estados e municípios. Contudo, causa espécie que o governo federal, nestes últimos dez anos, em que a maré montante dos crimes contra a vida e a propriedade cresceu assustadoramente, não tenha coordenado com determinação e método um plano nacional de combate a estes tipos de criminalidade, nem tampouco provisionado, juntamente com estados e municípios, os recursos necessários à manutenção da ordem. Uma guerra como essa implica pesquisa, metodologia, recursos adequados e ações positivas.

Criminalidade banalizada