A chuva e a cidade
Em 1987, quando conheci a mãe da minha filha Amanda, percebi uma certa tristeza nela quando começava a chover. Nessa época ela militava no Movimento Meninos e Meninas de Rua e trabalhava com os pequenos canoeiros da orla do Mercado Adolfo Lisboa. Ela me explicou que a tristeza era porque quando chovia os garotos não ganhavam nada, pois não aparecia passageiro.
Adoro a chuva, mas não deixo de lado minha angústia com a situação das famílias que moram em áreas de risco e alagadiças. A nossa cidade é mais uma das tantas que não têm infraestrutura para suportar dez minutos de chuva forte. O aconchego da chuva traz para muitos o desassossego. Minha solidariedade ao povo de Manaus que padece com a falta de uma política urbana que garanta bem-estar e cidadania.

