ZFM perde talentos sem salário atraente e inovação lenta
Polo Industrial de Manaus tem sido afetado devido à evasão de técnicos e engenheiros de automação

Mariane Veiga
Publicado em: 22/06/2025 às 07:00 | Atualizado em: 21/06/2025 às 20:51
A Zona Franca de Manaus (ZFM) enfrenta uma crescente fuga de técnicos e engenheiros especializados em automação industrial.
A baixa remuneração, as altas temperaturas nas fábricas e o descompasso entre expectativas das novas gerações e a cultura das indústrias locais têm levado muitos profissionais a deixarem a região em busca de melhores oportunidades.
Um dos casos é o de Diego Francisco Souza, 40, que iniciou a carreira em uma fornecedora da Honda e, após anos de ascensão profissional, deixou Manaus por não conseguir uma remuneração condizente com sua responsabilidade. Hoje, vive nos EUA e comanda uma empresa de automação industrial.
Empresas como Electrolux, Bic e Recofarma (da Coca-Cola) enfrentam dificuldades para reter mão de obra qualificada.
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Muitas vezes, precisam “importar” profissionais de outros estados, como São Paulo, oferecendo bônus e incentivos extras.
Além da remuneração, as condições de trabalho são desafiadoras. Em fábricas como a Yamaha, temperaturas podem ultrapassar 40ºC, embora medidas como exaustores, isolamento térmico e uniformes com tecidos tecnológicos estejam sendo adotadas.
O salário médio da indústria de transformação em Manaus é de R$ 3.420, o quarto maior entre os setores locais, atrás apenas da extração mineral, administração pública e serviços de utilidade pública.
Ainda assim, profissionais preferem migrar para outras regiões ou para o exterior, onde podem receber mais.
Leia a reportagem completa de Daniele Madureira na Folha.
Foto: divulgação