Carla Zambelli é cassada por abuso de poder e desinformação

Decisão do TRE-SP aponta abuso de poder e uso indevido das redes sociais para disseminar desinformação nas eleições de 2022.

Diamantino Junior

Publicado em: 30/01/2025 às 17:13 | Atualizado em: 30/01/2025 às 17:13

O mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi cassado, pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), nesta quinta-feira (30/1), por abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação.

A decisão, tomada por cinco votos a dois, também torna a parlamentar inelegível por oito anos, a partir das eleições de 2022.

No entanto, Zambelli ainda pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar reverter a determinação.

A ação foi movida pela deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e analisada pelo tribunal após um pedido de vista da juíza Maria Cláudia Bedotti em dezembro.

O TRE-SP considerou que Zambelli utilizou suas redes sociais para disseminar informações falsas sobre o processo eleitoral de 2022, caracterizando abuso de poder midiático.

Segundo o tribunal, a deputada teria criado uma “teia de desinformação” para influenciar o pleito, comprometendo a lisura do processo democrático.

Após a decisão, Carla Zambelli se pronunciou nas redes sociais, classificando a cassação como uma tentativa de silenciar a direita.

“Hoje, o TRE-SP anulou os votos de 946.244 cidadãos paulistas e cassou meu mandato de deputada federal. Essa decisão não tem efeitos imediatos, e irei continuar representando São Paulo até o encerramento dos recursos cabíveis”, afirmou.

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A defesa da deputada alegou que as publicações questionadas não tiveram impulsionamento pago e que não há provas concretas de que influenciaram o resultado das eleições. “Não há sequer demonstração de efeitos concretos dessas postagens”, argumentou a advogada Flavia Guth.

Nos bastidores, Zambelli articula sua possível nomeação como líder da minoria na Câmara, apesar da resistência de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da repercussão negativa após sacar uma arma na véspera das eleições de 2022.

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Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados