Vítimas de trânsito custaram ao SUS R$ 449 milhões em 2024
O valor inclui desde atendimentos de emergência até reabilitação prolongada e fornecimento de órteses e próteses.

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 27/07/2025 às 15:45 | Atualizado em: 27/07/2025 às 15:45
As internações de vítimas de acidentes de trânsito no Brasil custaram ao Sistema Único de Saúde (SUS) R$ 449 milhões em 2024. O levantamento inédito é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base nos dados do Datasus.
De acordo com informação do g1, o valor inclui desde atendimentos de emergência até reabilitação prolongada e fornecimento de órteses e próteses.
Nesse sentido, com esse valor, seria possível comprar 1.320 ambulâncias do SAMU — cerca de 50 por estado.
Ou seja, quase quatro vezes mais do que o previsto no Novo PAC Saúde, que prevê 350 unidades para atender 5,8 milhões de pessoas.
Além disso, esses veículos seriam capazes de ampliar a cobertura do serviço de urgência para aproximadamente 22 milhões de brasileiros — quase quatro vezes mais do que o previsto com as 350 ambulâncias do Novo PAC Saúde, que atenderão 5,8 milhões de pessoas.
Os gastos hospitalares com vítimas do trânsito crescem ano a ano. Desde 1998, a alta foi de quase 50% em termos reais.
“Os países criaram a terra fértil para o modelo individual, em detrimento do coletivo, mas não se prepararam devidamente para isso. É um modelo de mobilidade que gera colapso, tanto do ponto de vista da segurança quanto da eficácia. O resultado é um sistema caro, ineficaz e perigoso”, disse Victor Pavarino, oficial técnico em segurança viária da OPAS/OMS.
De acordo com os especialistas, a prevenção evitaria parte dos acidentes e reduziria os gastos e possibilitaria mais investimentos.
“São custos tangíveis e intangíveis. Estamos gastando para reparar os danos da insegurança, em vez de investir na prevenção e garantir que vidas não sejam perdidas por essa causa”,
sustenta Ricardo Pérez-Núñez, assessor regional em segurança viária da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Ao mesmo tempo, o SUS enfrenta outro desafio: desde 2021, deixou de receber repasses anuais do DPVAT, que chegavam a ultrapassar R$ 580 milhões por ano.
Ainda segundo a publicação, até sua extinção, o seguro para Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre destinava 45% da arrecadação à cobertura dos custos médico-hospitalares com vítimas de sinistros em todo o país.
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Foto-simulação: Odair Leal/Secom