Variante Delta tem carga viral 300 vezes maior que a primeira cepa
O estudo comparou a carga viral de 1.848 pacientes infectados com a Delta a 22.106 pessoas que tinham outras variantes do vírus

Publicado em: 25/08/2021 às 07:51 | Atualizado em: 25/08/2021 às 07:54
Pessoas infectadas pela variante Delta, mais transmissível, apresentam uma carga viral 300 vezes maior do que aquelas com a versão original do coronavírus nos primeiros dias de sintomas da covid-19, descobriu um estudo sul-coreano.
No entanto, a diferença da carga viral diminui gradualmente ao longo do tempo — para 30 vezes em quatro dias e pouco mais de 10 vezes em nove dias — e se iguala aos níveis observados em outras variantes após 10 dias de infecção, informou a Agência de Prevenção e Controle de Doenças da Coreia (KDCA) nesta terça-feira (24).
A carga viral maior significa que o vírus se espalha mais facilmente de pessoa a pessoa, aumentando o número de infecções e hospitalizações, disse o ministro da Sáude Lee Sang-won em uma entrevista à imprensa.
“Mas isso não significa que a Delta seja 300 vezes mais infecciosa… Estimamos que sua taxa de transmissão corresponda a 1,6 vez a taxa da variante Alfa, e a cerca de duas vezes a versão original do vírus”, disse Lee.
O estudo comparou a carga viral de 1.848 pacientes infectados com a Delta a 22.106 pessoas que tinham outras variantes do vírus.
A variante Delta do coronavírus foi identificada inicialmente na Índia, e a variante Alfa, no Reino Unido.
Para conter o avanço da variante Delta, agora já dominante no mundo, o KDCA fez um apelo à população para que façam o teste imediamente aos primeiros sintomas da Covid-19 e para evitar contato pessoal.
O espalhamento rápido da variante Delta as baixas taxas de vacinação pegaram grande parte da Ásia desprevenida, sobretudo as economias emergentes, e até mesmo impactaram a reabertura da Europa e da América do Norte.
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A Coreia do Sul registrou 1.509 novos casos do coronavírus na segunda-feira, aumentando o total para 239.287 infecções, com 2.228 mortes. O país já vacinou 51,2% de seus 52 milhões de habitantes com ao menos uma dose da vacina, enquanto que 23,9% estão completamente imunizados.
O boletim do consórcio de imprensa do qual O GLOBO faz parte registrou nesta segunda-feira 370 mortes por covid-19 no Brasil, totalizando 574.944 vidas perdidas para o coronavírus.
Foram registrados também 15.364 novos casos da doença em território nacional, elevando para 20.583.286 o total de pessoas que já se contaminaram com o vírus.
Em todo o país, 124.189.677 pessoas foram parcialmente imunizadas com a primeira dose de uma das vacinas, o equivalente a 58,65% da população brasileira.
Já 55.939.618 pessoas estão totalmente imunizadas (com as duas doses ou com a vacina de dose única), ou seja, 26,42% da população nacional.
Mais uma variante
Se para o mundo a mais recente ameaça ligada à covid-19 é a variante delta, na América do Sul as atenções se voltam para uma cepa bem menos conhecida: a lambda.
Identificada pela primeira vez em agosto do ano passado no Peru, a lambda foi classificada em meados de junho como variante de interesse, ou seja, que deve ser estudada e acompanhada.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a cepa foi associada a taxas importantes de transmissão comunitária em diversos países, enquanto havia também um crescimento da incidência da covid-19 nesses locais.