Carta de Trump é ‘intromissão inaceitável no Brasil’, reage Itamaraty

Integrantes do Itamaraty expressaram surpresa com a postura adotada institucionalmente por Trump.

Publicado em: 09/07/2025 às 20:26 | Atualizado em: 09/07/2025 às 20:27

Em resposta às recentes declarações e medidas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil convocou, nesta quarta-feira (09/7), integrantes da embaixada norte-americana em Brasília para uma reunião de esclarecimento.

Durante o encontro, o Itamaraty afirmou que as ações de Trump — incluindo a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros — terão impacto direto nas relações diplomáticas entre os dois países.

A medida tarifária, anunciada por Trump nesta tarde, foi acompanhada de críticas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em carta enviada ao presidente Lula, o republicano classificou o processo judicial como “uma vergonha internacional” e acusou o Brasil de perseguir o ex-presidente.

Antes disso, Trump já havia feito declarações públicas em defesa de Bolsonaro em sua rede social, a Truth Social, afirmando que o Brasil está fazendo “algo terrível” contra o ex-líder brasileiro.

A situação escalou para o nível institucional quando a embaixada dos Estados Unidos no Brasil divulgou nota endossando a posição do presidente americano, o que levou o Itamaraty a exigir esclarecimentos formais.

Durante a reunião, segundo fontes do governo brasileiro, o Itamaraty deixou claro que as manifestações sobre temas internos do Brasil representam uma interferência inaceitável na soberania nacional.

O governo classificou como “inapropriado” o posicionamento dos Estados Unidos e alertou que esse tipo de atitude compromete a relação diplomática entre os dois países.

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Integrantes do Itamaraty também expressaram surpresa com a postura adotada institucionalmente por Trump, especialmente considerando os ataques à democracia promovidos por Bolsonaro — que enfrenta acusações graves e responde a processos no STF relacionados à tentativa de golpe de Estado.

Até o momento, o governo norte-americano não se pronunciou oficialmente sobre a reação brasileira.

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Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil