Testemunhas do general Heleno tentam plantar seu afastamento de Bolsonaro

Faz parte da estratégia da defesa de distanciar o general das supostas tratativas para impedir a posse de Lula da Silva

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Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 27/05/2025 às 16:34 | Atualizado em: 27/05/2025 às 16:34

Testemunhas indicadas pelo ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno tentam afastar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) do general na trama golpista de 2022.

As declarações foram dadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), que retomou nesta segunda-feira (26) as audiências de instrução do processo iniciadas na última semana.

Conforme a Folha de S.Paulo, a observação faz parte da estratégia da defesa de distanciar o general das supostas tratativas para impedir a posse de Lula da Silva (PT), intensificadas.

Por exemplo, o capitão-de-mar-e-guerra Ricardo Ibsen Pennaforte de Campos foi chefe de gabinete de Heleno quando este foi ministro.

“Sim, observei que houve [diminuição de reuniões entre Heleno e Bolsonaro]. Posso colocar metade do mandato, não sei precisar o momento, mas houve menor participação do ministro no gabinete da Presidência do que na primeira metade”, disse.

Já Amilton Coutinho Ramos, então assessor especial de comunicação e imprensa no GSI, por sua vez, atribuiu o afastamento a uma questão partidária.

“Houve essa diminuição e pelo que testemunhei foi a parti da filiação do ex-presidente ao PL. O general Heleno assumiu publicamente resistência quanto à corrente majoritária no Congresso Nacional, e então ele perdeu espaço na sala do presidente. E isso o general entendeu muito bem. Continuou despachando os assuntos apenas do GSI, apoiando o presidente, viajando, mas realmente houve esse afastamento”, afirmou.

Da mesma forma, o coronel também disse que o ex-ministro defendia o voto impresso, mas não dentro do GSI.

Dessa maneira, todas as testemunhas relataram terem trabalhado diretamente com Heleno, e afirmaram que ele ordenou dar andamento à transição normalmente após a derrota nas eleições.

Disseram ainda que ele manteve pessoal de governos anteriores nos quadros do GSI, que nunca tratou de nada relacionado a minuta de golpe ou politizou o órgão.

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