Tarifaço de Trump favorece soja do Brasil para China
Ao mesmo tempo, o Brasil enfrenta gargalos logísticos, que vão da armazenagem ao transporte de grãos.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 10/04/2025 às 06:55 | Atualizado em: 10/04/2025 às 06:56
O Brasil deve ampliar suas exportações de soja para a China, após os Estados Unidos colocarem uma alta tarifa sobre a China.
Em ano de safra recorde, o Brasil, porém, encontra um entrave nessa oportunidade. É que segundo especialistas: os gargalos logísticos brasileiros, que vão da armazenagem ao transporte de grãos.
De acordo com a Folha de S.Paulo, ainda não é possível estimar quanto os chineses devem importar a mais do Brasil neste ano e nos próximos.
Segundo a publicação, em março, mesmo antes da escalada recente, as vendas de soja para a China subiram 16,5% ante mesmo período de 2024. A informação é Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
Dessa forma, Thiago Péra, coordenador geral do Esalq-Log (Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da USP), afirma:
“Temos sinais claros de aumento da demanda por soja do Brasil. Mas ao mesmo tempo temos um cenário de limitações de infraestrutura”.
Por exemplo, há vários problemas, aponta ele. Um deles é que o Brasil possui uma capacidade de armazenagem de entre 60% a 70% da produção de grãos. Ou seja, o percentual vem caindo ao longo dos últimos anos com a forte alta da área plantada.
Conforme a Folha, para se ter uma ideia, os Estados Unidos, por exemplo, possuem uma capacidade de armazenamento de 150% da produção.
Sendo assim, o Brasil sofre nos períodos em que a produção fica muito concentrada em um determinado período de tempo.
Como resultado, os caminhões, que já representam 54,2% do transporte de grãos no país, segundo a Esalq-Log, acabam virando armazéns sobre rodas.
Além disso, Péra lembra que tamanho do problema dependerá do quanto a China importará a mais de soja brasileira por causa da guerra comercia. Assim como do quanto do grão o Brasil terá disponível para exportação, já que boa parte da produção é vendida para o mercado interno.
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