Tarcísio recebeu doação de empresária do agro ligada a facção

Conforme investigação da PF, governador de SP recebeu R$500 mil em 2022

Da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 30/07/2025 às 17:33 | Atualizado em: 30/07/2025 às 17:33

A pecuarista Maribel Schmittz Golin, de 59 anos, está sob investigação da Polícia Federal (PF) no Paraná, suspeita de estar envolvida em atividades de lavagem de dinheiro relacionadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Golin foi uma das principais doadoras da campanha do atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), contribuindo com aproximadamente R$500 mil para sua campanha em 2022.

A investigação começou com a Operação Mafiusi, em dezembro do ano passado, e menciona a pecuarista em pelo menos quatro transferências de dinheiro com Willian Barile Agati, que é parte da facção criminosa de São Paulo e um dos principais alvos da operação.

Barile foi acusado de tráfico de drogas, associação para o tráfico, obstrução da Justiça e formação de organização criminosa, após a apreensão de mais de 500 quilos de cocaína no porto de Paranaguá, com destino à Europa em colaboração com a máfia italiana ’Ndrangheta.

A PF localizou as transações financeiras que circularam pelas contas de Barile, identificando indícios de um extenso esquema de lavagem de dinheiro. O relatório inclui a venda de propriedades por preços significativamente superiores ao valor de mercado, além de transferências totalizando R$3,5 milhões entre quatro empresas ligadas a Maribel e Barile.

A pecuarista negou qualquer ligação com os crimes apurados pela PF e declarou ”não tenho nenhum tipo de envolvimento com isso”.

Em comunicado, a assessoria de Freitas afirmou que ele teve a colaboração de mais de 600 doadores durante a campanha e que não mantém vínculo com a pecuarista, além de não estar ciente de suas atividades fora do contexto da campanha.

Vale destacar que as duas contribuições de Maribel à campanha do governador não estão citadas na investigação, e os nomes de Tarcísio ou da campanha não aparecem no relatório.

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil