Idosa golpista do 8 de Janeiro agora é ré nas mãos do STF
A Suprema Corte declarou Fátima Mendonça, apelidada de Dona Fátima de Tubarão, ré por envolvimento nos atos de 8 de janeiro.

Diamantino Junior
Publicado em: 18/08/2023 às 16:14 | Atualizado em: 18/08/2023 às 16:14
O Supremo Tribunal Federal (STF) anunciou que Fátima Mendonça Jacinto Souza, de 67 anos, responderá judicialmente por sua participação nos eventos golpistas ocorridos em 8 de janeiro. Ela enfrentará acusações que incluem associação criminosa, atentado violento ao estado democrático de direito, tentativa de golpe, ameaça, perseguição, incitação ao crime, vandalismo, danos ao patrimônio histórico e destruição qualificada.
Ela ficou notória como Dona Fátima de Tubarão, uma referência à sua cidade natal no interior de Santa Catarina, devido a um vídeo viral no qual exclama “vou pegar o Xandão agora”.
As imagens que mostram a idosa participando dos atos foram gravadas pelos vândalos durante as invasões de 8 de janeiro, com Fátima presente no edifício do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ela foi detida no final de janeiro, no âmbito da Operação Lesa Pátria, realizada pela Polícia Federal (PF). As acusações contra Fátima de Tubarão são sustentadas por vídeos que a mostram dentro do Palácio do Planalto durante o tumulto.
Em um vídeo amplamente divulgado nas redes sociais, ela declara: “Vamos para a guerra, é guerra agora. Vamos pegar o Xandão agora”, em referência ao Ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Antecedentes Criminais
Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, a mulher que proferiu a frase “vou pegar o Xandão agora”, possui um histórico criminal. Em 2014, foi condenada por tráfico de drogas envolvendo menores.
A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), alegando que Fátima foi descoberta por agentes policiais de Tubarão.
Durante o processo, Fátima se defendeu afirmando que os usuários de drogas invadiam sua casa e deixavam substâncias ilícitas no local, já que ela alugava quartos para complementar sua renda. No entanto, os policiais testemunharam sua participação ativa, observando-a enquanto negociava drogas com usuários, indicando locais onde poderiam obter mais entorpecentes.
Dona Fátima também empregava um adolescente para efetuar a entrega de crack aos consumidores.
O vídeo no Supremo foi gravado por outro invasor que expressava apoio aos atos, afirmando: “Dona Fátima, de Tubarão, Santa Catarina, de 67 anos, tá quebrando tudo!”. A senhora respondeu: “Vamos para a guerra, vou pegar o Xandão agora!”, em alusão ao Ministro Alexandre de Moraes.
Após a denúncia do MP-SC, Dona Fátima foi condenada a mais de 4 anos de prisão em regime semiaberto.
Ela recorreu e teve sua pena reduzida para 3 anos e 10 meses, com restrições de direitos e prestação de serviços à comunidade.
Nas redes sociais, possui diversos perfis que revelam seu apoio a pautas bolsonaristas, como o voto impresso e a paralisação de caminhoneiros após as eleições de 2022.
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Foto: reprodução