Sogro de deputado bolsonarista do PL ganhou R$ 12,8 milhões para ong

A CGU identificou ilegalidades em repasses milionários ao Instituto de Câncer de Londrina, ligado ao sogro de Filipe Barros. Parte dos recursos veio de emendas do deputado.

Sogro de deputado bolsonarista do PL ganhou R$ 12,8 milhões para ong

Diamantino Junior

Publicado em: 10/01/2025 às 11:47 | Atualizado em: 10/01/2025 às 11:47

A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou irregularidades em R$ 12,8 milhões repassados entre 2019 e 2022 ao Instituto de Câncer de Londrina, que tem como membro da diretoria o sogro do deputado Filipe Barros (PL-PR), líder da oposição na Câmara. Parte significativa dos recursos, oriundos de emendas parlamentares do próprio deputado, levanta questionamentos da CGU sobre possível conflito de interesses e violação das normas que regulam parcerias públicas com organizações da sociedade civil.

O relatório finalizado em 2024 destaca que o instituto recebeu recursos sem chamamento público, com a maioria das transferências sendo oriundas de emendas.

O caso envolve princípios como impessoalidade e moralidade, e o vínculo de parentesco com o deputado reforça a vedação legal.

Barros, por meio de sua assessoria, defendeu a destinação das emendas, citando a “capilaridade” do hospital para atender pacientes do SUS no Paraná, e destacou que o trabalho de seu sogro na entidade é voluntário e não remunerado.

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O Instituto de Câncer de Londrina afirmou atuar há 59 anos atendendo majoritariamente pacientes do SUS e destacou que seus recursos vêm de diversas esferas políticas.

Além deste caso, a CGU identificou situações semelhantes em outras instituições, como a Santa Casa de Misericórdia de Barbacena, ligada ao deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), que também recebeu recursos oriundos de emendas parlamentares.

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Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados