Setor aéreo vê provável fim das operações da Voepass
Governo já iniciou discussões sobre a provável distribuição dos slots (autorizações) que a companhia possui atualmente.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 18/03/2025 às 16:34 | Atualizado em: 18/03/2025 às 16:34
Autoridades do setor aéreo veem como mínima a possibilidade de a Voepass Linhas Aéreas voltar a se firmar como uma companhia com operações regulares.
É que diante das dificuldades enfrentadas pela empresa, dois integrantes da cúpula do governo afirmaram à Folhapress, não acreditam que a empresa vai conseguir vencer os problemas operacionais.
Por exemplo, problemas financeiros e, principalmente, de confiança dos passageiros, a despeito dos esforços da companhia para retomar os voos paralisados por determinação da Anac.
Assim, para essas autoridades, o desfecho mais provável é o fim das operações da Voepass. Internamente, o governo já iniciou discussões sobre a provável distribuição dos slots que a companhia possui atualmente.
Trata-se das autorizações dadas por autoridades aeroportuárias para que a empresa possa pousar ou decolar em um determinado aeroporto, em horário específico.
Ainda segundo a publicação, a Voepass possui seis aeronaves. A operação da companhia incluía 15 localidades com voos comerciais e duas com contratos de fretamento. A maior parte dos destinos está no interior do país.
Então, esses slots incluem aeroportos considerados valiosos para qualquer operação, como Congonhas e Guarulhos, em São Paulo, além de Fernando de Noronha (PE), entre outros.
Com isso, o tema tem sido tratado com discrição pela Anac e pelo Ministério de Portos e Aeroportos, que não comentam o assunto publicamente.
Já a Voepass informou à reportagem que “está trabalhando para retomar suas operações o mais breve possível”.
Disse ainda que, desde que recebeu a notificação da Anac, iniciou discussões internas para demonstrar a capacidade de garantir todos os níveis de segurança exigidos pela agência reguladora.
“A Voepass ressalta ainda que não há nenhuma determinação em relação aos slots e não comentará especulações”, declarou.
Além dos problemas de imagem, a companhia acumula dívidas. São pelo menos R$ 215 milhões em débitos.
Em suma, por meio de decisão da Justiça em 14 de fevereiro, a empresa conseguiu uma proteção contra o arresto de aeronaves e a cobrança de credores por 60 dias.
Assim sendo, a Voepass é a quarta maior companhia aérea do Brasil em participação de mercado, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Como resultado, a empresa fica atrás das três principais companhias do setor -Azul, Latam e Gol-, que detêm, juntas, mais de 99% da demanda do mercado.
A queda de uma aeronave da empresa, o voo 2283, que fazia a rota entre Cascavel (PR) e Guarulhos (SP), provocou a morte de 62 pessoas.
Como resultado, o desastre foi o mais letal do país desde 2007, quando um acidente com o voo 3504 da TAM nos arredores do aeroporto de Congonhas deixou 199 mortos.
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Foto: divulgação