Seca histórica encarece alimentos e energia

“O Brasil é um país agrícola, boa parte da oferta dos alimentos de cesta básica depende de condições climáticas regulares"

Amazonas já enfrenta seca extrema

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 07/09/2024 às 18:03 | Atualizado em: 07/09/2024 às 18:03

A seca histórica no Brasil nas últimas semanas deve refletir de forma mais imediata no bolso dos consumidores.

Conforme a CNN, entre os principais pontos, se destacam o encarecimento dos alimentos e o aumento da conta de energia.

Dessa maneira, os impactos vão além da questão climática ou efeitos na saúde da população.

De acordo com a publicação, há também efeitos que o consumidor sentirá em horizontes mais longos, como maior pressão na inflação.

Por conseguinte, maior aperto dos juros, em consequência de da falta de oferta e interrupção de operações.

Dessa forma, a queda na produção de alimentos é um dos sintomas mais visíveis da atual situação de seca. Com menor disponibilidade, a tendência é de encarecimento dos produtos.

“O Brasil é um país agrícola, boa parte da oferta dos alimentos de cesta básica depende de condições climáticas regulares, exatamente para não haver redução de oferta e com isso um aumento de preços”, diz André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Segundo Braz, a situação tem maior impacto nas famílias de menor renda, já que grande parte do orçamento deste grupo vai para a compra de alimentos.

Como resultado, a falta de chuvas também aumenta o preço da conta de luz, já que mais da metade da produção de energia do país vem da matriz hidrelétrica.

Nesse sentido, para evitar o desabastecimento de energia no país, o governo é obrigado a acionar usinas termelétricas, com maior gasto de operação.

Por exemplo, a seca fez o rio Madeira, em Rondônia, ficar abaixo de um metro pela primeira vez desde o início das medições do Serviço Geológico do Brasil (SGB), em 1967.

Como consequência, a usina hidrelétrica Santo Antônio paralisou parte de suas unidades operadoras.

Além disso, a projeção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é de que, inclusive, o país registre 50% menos chuvas nos próximos meses.

Assim sendo, afetará os níveis dos reservatórios e o funcionamento das hidrelétricas, de acordo com a agência.

Portanto, o atual período de seca é o mais intenso da história do Brasil, segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden).

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