Saúde pública: Brasil registra 344 mil internações em 2024

Dengue e infecções feco-orais foram as principais causas.

Saúde pública

Bruna Lira, da Redação do BNC Amazonas 

Publicado em: 19/03/2025 às 10:33 | Atualizado em: 19/03/2025 às 10:33

A precariedade do saneamento básico no Brasil continua impactando a saúde pública. Em 2024, mais de 344 mil pessoas foram internadas devido a doenças associadas à falta de infraestrutura adequada, segundo o Instituto Trata Brasil. Entre as principais causas, destacam-se as infecções transmitidas por insetos, como a dengue, responsáveis por 168,7 mil hospitalizações. Além disso, as doenças de transmissão feco-oral somaram 163,8 mil casos.

Para entender melhor, as doenças feco-orais ocorrem quando vírus, bactérias ou parasitas presentes nas fezes de uma pessoa doente contaminam água, alimentos ou objetos, infectando outras pessoas. Normalmente, a transmissão acontece pelo consumo de água não tratada, ingestão de alimentos mal higienizados e falta de lavagem das mãos. Como resultado, surgem problemas como gastroenterites e infecções intestinais, que podem levar à desidratação e outras complicações graves.

Em relação às regiões do país, a situação apresenta grandes disparidades. No Centro-Oeste, por exemplo, a taxa de internações foi a mais alta devido ao surto de dengue. Por outro lado, o Norte e o Nordeste registraram índices alarmantes de doenças feco-orais. No Maranhão, especificamente, a taxa chegou a 42,5 internações a cada 10 mil habitantes, número seis vezes maior que a média nacional.

Grupos afetados

Além das diferenças regionais, grupos específicos da população são mais vulneráveis. No caso das crianças, cerca de 70 mil menores de quatro anos precisaram de internação, representando 20% do total. Comparativamente, a taxa nessa faixa etária foi três vezes maior que a média geral. Entre os idosos, a incidência também foi expressiva, com 80 mil hospitalizações e uma taxa de 23,6 internações a cada 10 mil pessoas.

Além disso, a falta de saneamento não impacta apenas as internações, mas também a mortalidade. Em 2023, o Brasil registrou 11.544 óbitos relacionados a essas doenças. A maior parte das vítimas eram idosos, enquanto a taxa de mortalidade entre indígenas foi quatro vezes superior à da média nacional.

Diante desse cenário, especialistas defendem que investir em saneamento é fundamental. De acordo com o Instituto Trata Brasil, ampliar a oferta de água tratada e esgoto sanitário poderia reduzir as internações em até 70%. Como consequência, o país economizaria R$ 43,9 milhões por ano, além de evitar milhares de hospitalizações e mortes.

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Foto: Agência Brasil