Racionamento de diesel já está nos planos de Bolsonaro

Combustível está com alta demanda no mercado internacional. Autoridades e especialistas já admitem risco de desabastecimento no segundo semestre

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Publicado em: 29/05/2022 às 09:21 | Atualizado em: 29/05/2022 às 09:32

Após a Petrobrás ter alertado o governo Jair Bolsonaro (PL) sobre o risco de o Brasil sofrer desabastecimento de diesel, o Palácio do Planalto avalia sugestão da estatal para elaborar plano de racionamento emergencial do combustível.

O diesel está com alta demanda no mercado internacional. No Brasil, atingiu o maior valor da série histórica, iniciada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em 2004.

Conselheiros da Petrobrás se reuniram para debater eventual desabastecimento. De acordo com comunicado enviado ao governo, o mercado global de óleo diesel poderá ficar ainda mais pressionado nos próximos meses.

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Nas próximas semanas, a área técnica do governo federal deve se debruçar sobre o assunto e buscar alternativa para o problema. Entre as opções em discussão, está a de que sejam listados “serviços essenciais” em um eventual racionamento. Nessa hipótese, ambulâncias e transporte de grãos e alimentos teriam prioridade para receber o diesel.

O Brasil é considerado estruturalmente “deficitário” em óleo diesel. No ano passado, por exemplo, quase 30% da demanda total do país veio de fora.

Historicamente, o consumo de diesel é mais alto no segundo semestre em razão das sazonalidades das atividades agrícola e industrial.

Segundo fontes do governo, o Ministério de Minas e Energia já trabalha com a expectativa de que o consumo do combustível neste ano supere a quantidade consumida em 2021.

De acordo com representantes do setor, há risco de desabastecimento no Brasil caso não haja sinais de que o preço do mercado será mantido.

A crise, inclusive, aconteceria durante o momento de maior exportação de grãos, entre junho e julho, o que poderia agravar a dimensão dos problemas que se avizinham.

Já o comitê de campanha do presidente considera a pauta prioritária em um cenário em que o mandatário da República trabalha para ser reeleito.

Na última quinta-feira (26), Bolsonaro disse que “pior do que inflação é o desabastecimento”.

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Foto: Reprodução