PF desmente Damares sobre avião da sua igreja com 290 kg de maconha

A senadora afirmou que a igreja alertou a polícia sobre a carga, mas a PF diz que a ação foi baseada em informações de inteligência. A igreja assumiu a propriedade da aeronave e colabora com as investigações.

Diamantino Junior

Publicado em: 30/05/2023 às 19:15 | Atualizado em: 30/05/2023 às 19:15

A Polícia Federal (PF) emitiu uma nota contradizendo a versão apresentada pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) sobre a apreensão de um avião com 290 kg de maconha no Pará, no último sábado (27/5). A aeronave pertence à Igreja do Evangelho Quadrangular, cujo líder é Josué Bengtson, tio da senadora.

Leia a informação na íntegra na matéria dos jornalistas Fabio Serapião e Camila Zarur, publicada no portal da Folha de S.Paulo.

Após a divulgação da ação da PF na segunda-feira (29/5), a senadora afirmou que a própria igreja foi responsável por alertar a polícia sobre a carga suspeita na aeronave.

No entanto, a PF afirma que a ação foi realizada com base em informações de inteligência do Núcleo de Polícia Aeroportuária, e não em aviso da igreja.

De acordo com a PF, havia um monitoramento em andamento devido a suspeitas de uso irregular da aeronave da igreja.

Quanto à manifestação da senadora, a PF declarou que não comenta investigações em curso e não se pronuncia sobre declarações de pessoas ou autoridades de outras instituições.

A Igreja do Evangelho Quadrangular, no Pará, assumiu a propriedade do avião apreendido com 290 kg de skunk, uma forma mais potente de maconha, no Aeroporto Internacional de Belém.

Segundo o deputado federal Paulo Bengtson (PTB-PA), filho do líder da igreja, um prestador de serviços nos hangares de aviação privada carregou o avião com a droga.

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Paulo Bengtson afirmou que assim que souberam do incidente, os religiosos denunciaram o caso à PF.

O homem responsável pelo carregamento da droga foi preso em flagrante, enquanto o piloto da aeronave não foi detido, pois não houve evidência de sua participação no crime.

A Igreja Quadrangular declarou em nota que está cooperando com as investigações e que deseja que tudo seja esclarecido.

A carga de skunk ocupava todo o espaço disponível no avião, além dos assentos destinados ao piloto e a um passageiro.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado