PM-DF apostou que população ia apoiar golpe de Bolsonaro

A PGR aponta que a cúpula da Polícia Militar do DF estava contaminada ideologicamente e buscava uma insurgência para manter Bolsonaro no poder.

Diamantino Junior

Publicado em: 18/08/2023 às 11:25 | Atualizado em: 18/08/2023 às 11:25

A Procuradoria-Geral da República (PGR) alega que a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) estava ideologicamente influenciada e apostava em uma insurgência popular para manter Jair Bolsonaro no poder.

Essas afirmações constam no pedido da PGR para a prisão de líderes da PM do DF, incluindo o atual comandante Klepter Rosa Gonçalves. Além disso, os ex-comandantes Fabio Vieira, Paulo José Ferreira Sousa Bezerra, Marcelo Casimiro Rodrigues e Rafael Pereira Martins também são alvos de mandados de prisão.

A investigação revela que integrantes do comando da PM propagavam teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais e golpes.

A Procuradoria cita mensagens trocadas entre esses policiais durante o período eleitoral, onde disseminavam notícias falsas e teses conspiratórias sobre urnas eletrônicas.

Tais desinformações sugeriam uma expectativa de mobilização popular para manter Bolsonaro no poder, desconsiderando o resultado das eleições.

Um exemplo é um vídeo sobre suposta fraude nas urnas, compartilhado por Rodrigues com Fabio Vieira. Mesmo que a informação fosse falsa, Vieira afirmou que “a cobra iria fumar”.

Além disso, houve trocas de mensagens sobre alternativas para a sucessão presidencial, incluindo intervenção militar e aplicação do artigo 142 da Constituição Federal.

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De acordo com a PGR, essas comunicações indicam que os integrantes da cúpula da PM eram adeptos de teorias conspiratórias, buscando formas de subverter o resultado das urnas. A Procuradoria também destaca que o “estado anímico” desses policiais refletia os desejos de uma parcela minoritária da população.

Paralelamente, indivíduos insatisfeitos com o resultado da eleição se reuniram em acampamentos em frente aos quartéis do Exército Brasileiro, especialmente em Brasília, incitando as Forças Armadas a assumirem o controle. Esses eventos ocorreram junto com as preocupações da PGR sobre as ações da cúpula da PM.

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Foto: Rinaldo Morelli/Agência CLDF