Plano golpista de Bolsonaro ditava o que deputados federais deviam atacar
Desgastar STF e ministros e massificar "narrativas" contra Lula estavam em cartilha de general de Bolsonaro.

Adrissia Pinheiro
Publicado em: 24/11/2024 às 20:42 | Atualizado em: 25/11/2024 às 09:22
Um documento encontrado no HD do general Mário Fernandes, ex-secretário da Presidência e preso por conspiração golpista, revelou estratégias usadas por bolsonaristas durante a CPMI do 8 de Janeiro. Criado dias antes da instalação da comissão, em maio de 2023, o roteiro detalhava táticas para desgastar o governo Lula e enfraquecer o STF e a Polícia Federal, ampliando a crise institucional.
O material sugeria vincular os atos de 8 de janeiro à leniência do governo federal, acusando o Ministério da Justiça e o GSI de negligência.
O texto afirmava que Lula sabia dos riscos e não agiu, com o objetivo de usar a CPMI para minar a confiança no Executivo.
Além disso, o documento descrevia estratégias para atacar o STF, direcionando críticas ao ministro Alexandre de Moraes. As prisões dos envolvidos nos atos foram comparadas à perseguição nazista, com acusações de arbitrariedade e desrespeito aos direitos fundamentais. Havia, também, pedidos de impeachment de ministros, reforçando a narrativa de oposição contra a “ditadura da toga”.
A Polícia Federal também destacou que o roteiro indicava nomes estratégicos para convocação, como Flávio Dino e Gonçalves Dias. As perguntas sugeridas tinham como objetivo moldar narrativas que questionassem a legitimidade das ações do governo e das instituições. Ao mesmo tempo, havia instruções para deslegitimar a PF, alegando abusos e violações do devido processo legal nas prisões de 1.500 manifestantes.
Com essa descoberta, as investigações ganham ainda mais força ao expor como as articulações tentaram manipular a CPMI para promover instabilidade política e atacar pilares da democracia.
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Foto: Agência Câmara