Cofre do dono do PL de Bolsonaro tinha muito mais que ouro e arma
A PF encontrou um arsenal na casa de Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Um arquivo com senha foi encontrado no computador de um oficial do Exército. A investigação sobre o plano golpista continua em andamento.

Diamantino Junior
Publicado em: 04/03/2024 às 10:42 | Atualizado em: 04/03/2024 às 10:45
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, guardava um verdadeiro arsenal em seu apartamento: um Rolex reluzente, um Audemars Piguet ostentando luxo, uma pepita de ouro reluzente, R$ 31.100 em notas novas e, como cereja no bolo, uma arma com registro vencido. O PL é o partido de Bolsonaro.
A descoberta foi feita durante a Operação Tempus Veritatis, que investiga um plano golpista para manter Jair Bolsonaro no poder. Valdemar foi preso por causa da arma vencida, mas solto três dias depois.
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A PF também encontrou 27 cartuchos .38 em uma estante, cinco para o revólver Smith&Wesson apreendido, R$ 22.600 espalhados pelo imóvel e um terceiro relógio, um Bulgari dourado.
Segredos culinários? Nem tanto
A investigação também vasculhou os pertences do tenente-coronel Guilherme Marques Almeida. Um arquivo intrigante: “Receita de Bolo com Neston”. Mas era só fachada! A senha protegia um segredo obscuro.
Celular recheado
O tenente-coronel tinha 13.702 imagens e 5.300 vídeos no celular, incluindo exaltação às Forças Armadas, teorias conspiratórias sobre urnas eletrônicas e notícias da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Arsenal do Exército
O tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior, que monitorava ações contra Bolsonaro e o clima dos acampamentos em frente ao QG do Exército, tinha um arsenal em casa: mais de 500 munições, quatro pistolas Taurus, um revólver Taurus, um revólver Rossi, uma pistola Sig Sauer 9mm, uma pistola Beretta calibre .22, um revólver S&W calibre .22 e uma carabina Taurus 9mm. Tudo registrado, mas não menos preocupante.
A PF continua desvendando os segredos por trás do plano golpista, buscando justiça e clareza para o Brasil.
Punição
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de votos nesta sexta-feira (1) para condenar mais 15 réus denunciados pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023.
Os acusados foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Cada um é julgado de forma individual no plenário virtual do Supremo, quando os ministros inserem seus votos no sistema eletrônico. O julgamento termina nesta noite.
Com estes, já somam 101 os condenados pelo STF por crimes ligados às invasões dos órgãos dos 3 Poderes, com penas que vão de 3 a 17 anos. A maioria foi condenada por cinco crimes, como golpe de estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação armada.
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil