Gravação de Cid detalha papel de Pazuello pelo golpe de Bolsonaro

Áudio e relatório da PF mostram suposto papel de Pazuello em trama golpista para manter Bolsonaro no poder.

Diamantino Junior

Publicado em: 15/02/2024 às 17:55 | Atualizado em: 15/02/2024 às 18:19

Segundo relatório obtido pelo jornal O Globo, as investigações da Polícia Federal sobre os atos golpistas apontam o suposto envolvimento do ex-ministro da Saúde e atual deputado federal, Eduardo Pazuello (PL), na trama que tinha o objetivo de manter Jair Bolsonaro (PL) no poder, independentemente do resultado eleitoral.

Pazuello teria atuado para impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Um áudio datado de 8 de novembro de 2022, atribuído ao ex-ajudante de ordens Mauro Cid, descreve a presença de Bolsonaro no Palácio da Alvorada, onde teria recebido visitas com a intenção de propor uma ruptura institucional e pressioná-lo a tomar medidas para reverter o resultado das eleições.

O relatório da PF aponta que o general Freire Gomes, comandante do Exército, recebeu a mensagem de Mauro Cid, que destacava a atuação de Pazuello na proposta de ruptura constitucional com base no art. 142 da Constituição Federal.

Antes mesmo da derrota nas urnas, aliados de Bolsonaro levantavam a hipótese de intervenção militar para “preservação da ordem”, que impediria a posse de Lula.

Dados do Gabinete de Segurança Institucional, obtidos pela PF, confirmam a presença de Pazuello no Palácio da Alvorada em 7 de novembro de 2022, fortalecendo o testemunho de Cid.

Segundo o relato de Cid, Pazuello teria proposto uma intervenção militar baseada no art. 142 da Constituição Federal, porém Bolsonaro teria “desconversado”.

Em sua delação, Cid aponta Pazuello como integrante de um grupo radical que pressionava por ações para reverter o resultado eleitoral.

O documento da Polícia Federal ainda afirma que dados reunidos nas investigações comprovam que Bolsonaro teria analisado e alterado, em dezembro de 2022, uma minuta de decreto que previa um golpe de Estado. As investigações continuam em andamento para apurar o caso.

Essas revelações reforçam preocupações sobre possíveis ameaças à ordem democrática no Brasil. O Ministério Público Federal (MPF) também está acompanhando de perto o desenrolar dessas investigações.

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Foto: fotospúblicas