PF investiga Abin de Bolsonaro por espionar celulares da população

Sistema da inteligência do governo bolsonarista bisbilhotava a vida dos brasileiros

Mariane Veiga

Publicado em: 16/03/2023 às 19:57 | Atualizado em: 16/03/2023 às 21:11

A Polícia Federal (PF) instaurou nesta quinta-feira (16) um inquérito para investigar o sistema da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que, no governo Jair Bolsonaro (PL), monitorou celulares da população.

Conforme o G1, o ministro da Justiça, Flávio Dino, já havia informado na quarta (15) que determinaria que a PF abrisse a investigação.

A Abin confirmou que usou um software para monitorar a localização de qualquer pessoa, por meio do número de celular, durante o governo Bolsonaro. No entanto, segundo a agência, a ferramenta não está mais em utilização.

A informação foi publicada inicialmente pelo jornal “O Globo”. Depois a Abin divulgou nota para explicar o caso.

Segundo a agência, o contrato que se refere ao uso do programa, de caráter sigiloso, teve início em 26 de dezembro de 2018, ainda no governo Michel Temer, e foi encerrado em 8 de maio de 2021.

“A solução tecnológica em questão não está mais em uso na Abin desde então. Atualmente, a Agência está em processo de aperfeiçoamento e revisão de seus normativos internos, em consonância com o interesse público e o compromisso com o Estado Democrático de Direito”, escreveu a Abin.

Software

O software utilizado pela agência de inteligência permitia o monitoramento de até 10 mil donos de celulares a cada 12 meses.

Segundo a reportagem, era possível acompanhar em um mapa a última localização conhecida do dono do aparelho. Bastava digitar o número de um contato telefônico no programa.

O deputado federal e diretor da Abin no governo passado, Alexandre Ramagem (foto), escreveu nas redes sociais que o uso do software não configurou irregularidade.

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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil