PF propõe criação de nova diretoria para segurança de Lula

. A ideia é estabelecer a Diretoria de Dignatários, permitindo que os agentes da PF continuem atuando na proteção presidencial, mas com uma vinculação direta à corporação.

Em seis meses, Lula tem mais pedido de impeachment que Bolsonaro

Diamantino Junior

Publicado em: 08/07/2023 às 09:12 | Atualizado em: 08/07/2023 às 09:12

A Polícia Federal (PF) está estudando a possibilidade de criar uma nova diretoria dedicada à segurança de autoridades e, em especial, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A proposta surge após a perda de espaço da PF para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo. A ideia é estabelecer a Diretoria de Dignatários, permitindo que os agentes da PF continuem atuando na proteção presidencial, mas com uma vinculação direta à corporação.

Caso a criação da nova diretoria seja aceita pelo governo, há a possibilidade de uma colaboração entre a PF e militares para garantir a segurança de Lula. Embora se mantenha a expressão “sob coordenação do GSI”, a expectativa dos agentes é que a relação seja independente na prática.

Com a extinção da Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República (Sesp), restam apenas duas alternativas para que os policiais federais continuem atuando na segurança presidencial.

Uma das opções seria o GSI requisitar efetivo direto da PF, o que resultaria em uma subordinação direta aos militares. No entanto, essa proposta é considerada remota pela cúpula da corporação.

A outra alternativa seria estabelecer uma colaboração entre a PF e o GSI, mas isso também exigiria um tratamento de submissão aos militares.

A última decisão de Lula sobre o assunto foi que os integrantes de sua segurança pessoal ficariam sob o comando do GSI. Durante os primeiros seis meses de seu governo, a Sesp foi responsável pela segurança do presidente e da primeira-dama Janja Lula da Silva, após Lula manifestar preocupações em relação aos militares devido ao episódio de 8 de Janeiro.

Leia mais

Ex-chefe do GSI integrava grupo que articulava golpe de Estado

A portaria que criou a Secretaria era válida até 30 de junho, e havia a expectativa por parte dos policiais de que fosse renovada. No entanto, Lula definiu que seguirá um modelo híbrido em sua segurança, com coordenação pelo GSI. Na terça-feira (4/7/2023), a PF enviou ao Ministério da Justiça, comandado por Flávio Dino, uma proposta de decreto para manter sua atuação na segurança presidencial. A cúpula da corporação se recusa a ficar sob a coordenação dos militares.

Leia mais no Poder 360

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil