Venda suspeita de refinaria por Bolsonaro atrapalha recompra
A auditoria da CGU que apontou irregularidades na venda da Refinaria Landulpho Alves pela Petrobrás gera implicações nas negociações entre a estatal brasileira e o Mubadala.

Diamantino Junior
Publicado em: 07/01/2024 às 12:44 | Atualizado em: 07/01/2024 às 12:44
A Refinaria Landulpho Alves, vendida pela Petrobrás aos Emirados Árabes, enfrenta novos desafios após a auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) apontar que a avaliação do empreendimento pelo governo Bolsonaro foi inadequada durante o processo de venda. As conclusões da CGU geram implicações nas negociações em andamento entre a Petrobrás e o Mubadala para a recompra da empresa.
A informação é da coluna de Guilherme Amado, no portal Metrópoles.
A Petrobrás está buscando recomprar uma grande parcela da Refinaria Landulpho Alves, visando recuperar 80% da propriedade. No entanto, as revelações da CGU criam um cenário complexo para essas negociações, uma vez que apontam irregularidades na avaliação da refinaria durante o processo de venda entre 2019 e 2021.
Em resposta, a Petrobrás assegurou seu compromisso com a governança corporativa e ressaltou estar à disposição para fornecer informações necessárias aos órgãos externos.
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A empresa destacou que as conclusões de órgãos de controle e instituições de fiscalização/investigação serão consideradas em suas ações, ressaltando a importância desses aspectos para a preservação do patrimônio público e privado representado pela Petrobrás.
O que diz a auditoria da CGU
A auditoria da CGU apontou que a Petrobrás vendeu a RLAM por US$ 1,65 bilhão, quando o valor de mercado da refinaria era de US$ 2,5 bilhões. A diferença de US$ 850 milhões representa uma subavaliação de 52%.
A auditoria também concluiu que a Petrobrás não cumpriu as exigências da Lei das Estatais na venda da RLAM. A lei determina que deve ser realizada avaliação independente do valor de mercado dos ativos que estão sendo vendidos.
O futuro da RLAM
A RLAM é a segunda maior refinaria do Brasil em capacidade produtiva. A refinaria é estratégica para a Petrobrás, pois é responsável pela produção de combustíveis para o Nordeste do país.
A nova gestão da Petrobrás tenta recomprar a RLAM desde que assumiu o governo federal, em janeiro de 2023. A estatal acredita que a refinaria é importante para a sua estratégia de retomada do controle do mercado de refino no Brasil.
Foto: divulgação