’Não é minha função’, diz Mourão, senador do RS, sobre ajudar gaúchos

O senador Hamilton Mourão justificou sua ausência durante as enchentes no Rio Grande do Sul, ressaltando sua idade e responsabilidades em Brasília.

’Não é minha função’, diz Mourão, senador do RS, sobre ajudar gaúchos

Diamantino Junior

Publicado em: 25/05/2024 às 10:16 | Atualizado em: 25/05/2024 às 10:19

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) abordou nesta sexta-feira, 24 de maio, as críticas que recebeu por sua ausência durante as enchentes no Rio Grande do Sul, estado pelo qual foi eleito em 2022. Durante uma entrevista à Rádio Gaúcha, Mourão justificou sua ausência, destacando sua idade e suas responsabilidades como senador.

“Eu tenho 70 anos de idade. Quantos homens de 70 anos de idade estão no meio da água aí?”, questionou Mourão, ao ser confrontado sobre seu “sumiço” durante a tragédia. “Vocês querem alguém da minha idade salvando gente, mas eu não vejo isso como minha função. Estaria tendo um desvio de função”, acrescentou.

Mourão argumentou que seu papel é estar em Brasília para facilitar a alocação de recursos para o estado, e não estar fisicamente presente durante as enchentes. Ele afirmou que, apesar de não considerar sua presença no estado como parte de suas atribuições, viajou para Porto Alegre por quatro dias no início de maio, retornando a Brasília via Florianópolis.

“No dia 6, o senador Rodrigo Pacheco decidiu criar uma comissão externa para acompanhar a situação do estado. Fizemos a primeira reunião no dia 7 à noite, e no dia 9 apresentei o plano de trabalho. No dia 16, tínhamos previsto ir ao estado, mas com a visita do presidente Lula, tivemos que mudar a data”, explicou Mourão.

“Ontem [quinta-feira 23], a comissão esteve na Grande Porto Alegre para a sua primeira agenda externa. Estamos trabalhando em legislações, agilizando a entrega de recursos e convencendo nossos colegas parlamentares a destinar emendas para o Rio Grande do Sul”, insistiu Mourão.

Por fim, Mourão classificou as críticas como uma tentativa de exploração política da tragédia. “Muitas vezes, vejo pessoas carregando sacos de ração ou doações, o que acaba gerando uma visão de exploração política da tragédia. Pela minha maneira de ser, sou uma pessoa mais discreta. Já enviei inúmeras carretas de doações sem fazer alarde. Não compete a mim falar sobre isso”, concluiu o senador.

Leia mais na Carta Capital

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado