Morte do gari: uma população armada se mata

Empresário foi preso por suspeita de atirar e matar gari durante uma briga de trânsito.

Morte do gari: uma população armada se mata

Da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 12/08/2025 às 15:44 | Atualizado em: 12/08/2025 às 15:44

Conforme o colunista do UOL Leonardo Sakamoto ao UOL, o caso do empresário suspeito de assassinar um gari em Belo Horizonte (MG) é o exemplo de que uma população armada “se mata”.

Trata-se de René da Silva Nogueira, 47, que foi preso por suspeita de atirar e matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, 44, durante uma briga de trânsito.

“É um nível de desrespeito com a vida em tantos e tantos níveis e de certeza da impunidade. Primeiro, ele ameaçou a motorista do caminhão de lixo com um tiro na cara. Segundo: ele matou um trabalhador da limpeza pública que faz um trabalho essencial, mal remunerado, extremamente duro, difícil e importantíssimo para a vida em sociedade. A pessoa já sofre preconceitos mil no dia a dia. Daí, ele vai lá e atira porque se acha o dono da rua. Certamente, vai dizer que foi legítima defesa e não foi”, diz o colunista.

E completa:

“Terceiro, o sujeito está armado e não tem condições de ter uma arma. E a gente lembra de “Um povo armado jamais será escravizado”. Não, um povo armado se mata. Mata e se mata. Quarto, fugiu sem prestar socorro. E, por fim, mesmo sendo um assassino, ele se achava impune. Ao invés de pegar as suas coisas e se pirulitar, ele foi para a academia treinar”.

De acordo com co o UOL, René passava na rua onde Laudemir e outros garis faziam a limpeza e se incomodou com o espaço que o caminhão de lixo ocupava na rua.

Assim, em meio à discussão, o empresário atirou, atingiu Laudemir e fugiu sem prestar socorro. René foi preso enquanto treinava em uma academia localizada em um bairro nobre da capital mineira.

Sendo assim, na avaliação de Sakamoto, o caso está ligado à sensação de impunidade do empresário, que é casado com uma delegada.

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Foto: reprodução