Morre ex-passista e missionária Maria Lata D’Água

Ela foi a inspiração para a marchinha “Lata d’água na cabeça”, composta por Luís Antônio e Jota Júnior em 1952.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas*

Publicado em: 24/02/2024 às 14:34 | Atualizado em: 24/02/2024 às 14:34

Maria Mercedes Chaves Roy, conhecida como Maria Lata D’Água, morreu ontem (23) por complicações próprias da idade. Ela completou 90 anos em 25 de setembro de 2023.

A ex-passista e missionária estava internada desde o início do ano, em um hospital no interior de São Paulo, por complicações próprias da idade. A informação é do site Canção Nova.

Maria Lata D’Água foi uma passista que desfilou por 45 anos na Sapucaí, pela Salgueiro, Portela, Estácio de Sá, Padre Miguel e Beija-Flor.

Segundo a publicação, ela foi a inspiração para a marchinha “Lata d’água na cabeça”, composta por Luís Antônio e Jota Júnior em 1952.

Ainda segundo a informação, em 1990, durante o Retiro de Água Viva, na arena do Maracanãzinho, “ouviu o chamado de Deus”, como classificou anos mais tarde.

Lá, dei meu primeiro testemunho, e Deus me chamou naquele momento. Abandonei tudo, não saio mais no carnaval. Eu me senti tocada pelo amor e vim para a Canção Nova fazer o caminho. Não me arrependo, e sempre digo: ‘daqui não saio, daqui ninguém me tira, pois foi Jesus quem me colocou, disse a ex-passista em entrevista ao Canção Nova Notícias em 2018.

Assim, no ano de 2004, aos 70 anos, tornou-se missionária da Canção Nova e passou a viver em Cachoeira Paulista (SP).

Por conseguinte, em 2017, lançou sua autobiografia “Lata D’água na cabeça – Da passarela ao Sacrário”, no qual relatou momentos importantes da sua vida e seu trabalho como missionária católica.

Maria Mercedes costumava dizer que se identificava com duas personagens bíblicas: Maria Madalena, prostituta que, segundo a história, foi a primeira pessoa a ver Jesus após a ressurreição; e a samaritana do poço, com quem Jesus conversou e que se tornou sua seguidora.

“Somos iguais, Deus me usou muito para contar a história delas”, detalhou em uma entrevista.

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Sobretudo, o epíteto “Maria Lata D’Água” tem um porquê: aos 18 anos, a passista sambou pela primeira vez com uma lata cheia de água (20 litros) sobre a cabeça.

Na avenida, saía dançando apenas nas pontas dos dedos. Ajoelhava e sentava no chão, esticava as pernas, sentava nos pés, como uma bailarina, equilibrando a lata apenas com o pescoço. Não deixava cair nenhuma gota de água para fora!, recordou.

Portanto, Maria chegou a se casar com um conde suíço, com quem veio viver no Brasil. Foi nesta época que a ex-passista também se dedicou à Igreja e grupos de oração. “Ainda estava no carnaval, mas, durante o ano, procurava por casas de oração”, relembrou.

*Com informações do site Canção Nova.

Foto: arquivo/Canção Nova