Ficou mudo, mas agora quer saber o que disseram militares à PF

A defesa de Jair Bolsonaro solicita acesso aos depoimentos de ex-comandantes militares no inquérito sobre suposta trama golpista.

Sem chance de anistia a Bolsonaro ou a condenados dos atos de 8/1, avalia STF

Diamantino Junior

Publicado em: 06/03/2024 às 14:21 | Atualizado em: 06/03/2024 às 14:22

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro requereu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acesso aos depoimentos prestados à Polícia Federal (PF) pelos ex-comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior.

Os depoimentos foram realizados no âmbito do inquérito que investiga uma suposta trama golpista, ocorrida na segunda metade de 2022, visando impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito naquele ano.

Os advogados do ex-presidente solicitaram que os autos do processo sejam atualizados com os “termos de declarações relativos às últimas oitavas realizadas”.

Além dos ex-comandantes, dezenas de investigados, incluindo militares que foram ministros no governo Bolsonaro, prestaram depoimento no caso.

Jair Bolsonaro compareceu à PF para depor, mas exerceu o direito de ficar calado, seguindo a mesma atitude de outros investigados, como o ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto.

Os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica foram ouvidos entre o fim de fevereiro e o início de março na condição de testemunhas. Até o momento, a PF não os implicou na suposta trama golpista.

O depoimento de Freire Gomes, que durou cerca de oito horas, permanece sob sigilo e é considerado crucial para desvendar o suposto planejamento de um golpe de Estado. Segundo informações disponíveis, o ex-comandante do Exército se defendeu afirmando ter resistido à trama golpista e implicou Bolsonaro no planejamento de uma minuta de decreto sobre o golpe.

Os depoimentos, colhidos pela PF, são considerados cruciais para entender o caso.

Bolsonaro e outros investigados optaram por permanecer em silêncio durante seus depoimentos à PF.

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Foto: reprodução