Michelle e Eduardo deram corda em Bolsonaro para golpe, revela Cid
O depoimento do tenente-coronel Mauro Cid à Polícia Federal expõe informações sobre as ações de Jair Bolsonaro após a derrota eleitoral.

Diamantino Junior
Publicado em: 10/11/2023 às 15:18 | Atualizado em: 10/11/2023 às 15:18
O testemunho prestado pelo tenente-coronel Mauro Cid à Polícia Federal revelou novas informações sobre as ações de Jair Bolsonaro e seus aliados após a derrota eleitoral. Antigo ajudante de ordens da Presidência da República, Cid era uma testemunha direta das conversas entre Bolsonaro e seus colaboradores.
Após ser detido em maio e libertado em setembro, ele assinou um acordo de delação, no qual detalhou o envolvimento de Michelle Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro em instigar o presidente a adotar medidas golpistas, conforme reportagem do jornalista Aguirre Talento.
Três fontes ligadas ao caso confirmaram as informações do depoimento de Cid. A delação premiada está sob análise da equipe do subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, que ressaltou a falta de provas de corroboração nos relatos de Cid.
Segundo o tenente-coronel, o plano golpista não progrediu devido à oposição dos comandantes militares. Em setembro, Bolsonaro discutiu uma proposta golpista, com o apoio apenas do comandante da Marinha, enquanto os líderes do Exército e da Aeronáutica se opuseram.
Cid descreveu as articulações pós-eleição, mencionando a resistência de Bolsonaro em seguir as sugestões de um grupo moderado, que incluía o senador Flávio Bolsonaro, para acalmar os manifestantes golpistas.
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Ele também apontou a existência de um grupo radical, no qual Michelle e Eduardo Bolsonaro estariam envolvidos, incitando o ex-presidente a buscar um golpe.
As acusações foram rebatidas pela defesa de Jair e Michelle Bolsonaro, que as classificou como “absurdas” e carentes de elementos de prova. Eduardo Bolsonaro afirmou que a delação foi considerada “fraca, inconsistente e sem elementos de prova” pelo subprocurador Carlos Frederico.
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