Médicos voltam para Cuba após viradas à direita nas Américas

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 06/12/2019 às 20:41 | Atualizado em: 06/12/2019 às 20:41
Do Brasil, de El Salvador, do Equador e da Bolívia, cerca de 9 mil médicos cubanos foram repatriados no último ano, após o cancelamento de seus contratos, uma decisão estimulada pelo governo Donald Trump e que pode significar um duro golpe para a economia da ilha. O texto é do G1.
Para Cuba, Washington promove uma campanha para desprestigiar um programa emblemático que data de 1963 e do qual mais de 400 mil pessoas participaram em 164 países.
“A cruzada dos Estados Unidos contra a cooperação médica internacional é um ato infame e criminoso”, escreveu o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, na quinta-feira (5), no Twitter.
Os Estados Unidos acusam Cuba de “explorar mão de obra escrava”, já que o Estado fica com a maior parte do dinheiro por esses serviços.
Já no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro, aliado de Trump, alegou que o sistema foi aproveitado para infiltrar agentes de inteligência.
A reconfiguração política na América Latina — que, em grande medida, deu uma guinada para a direita — afetou o programa.
No caso de Bolívia e El Salvador, cujos governos até recentemente eram aliados da ilha, o envio de médicos era um serviço gratuito.
“Milhares de pacientes ficam desprovidos de serviços médicos”, lamentou a doutora Luisa García, ao chegar a Havana procedente de La Paz. Ela e seus colegas foram recebidos entre vivas, como heróis, no aeroporto.
Foto: Agência Brasil/arquivo