Marcelo Ramos, ‘um vagabundo a monitorar’ para Abin paralela de Bolsonaro
Marcelo Ramos e Arthur Lira foram espionados pela Abin Paralela, segundo a PF. Mensagens indicam ações clandestinas contra Ramos e monitoramento do celular de Lira.

Diamantino Junior
Publicado em: 11/07/2024 às 22:39 | Atualizado em: 11/07/2024 às 22:40
Segundo um relatório da Polícia Federal (PF), Marcelo Ramos (PT), ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, foi alvo de operações clandestinas conduzidas pela Abin Paralela. Ramos foi identificado como vítima de espionagem ilegal, conforme apontam os investigadores.
Mensagens comprometedoras
Marcelo Bomevet, ex-chefe do Centro de Inteligência Nacional (CIN) da Agência Brasileira de Inteligência, foi preso preventivamente nesta quinta-feira (11/7).
Em mensagens enviadas a Giancarlos Rodrigues, também detido na operação, Bomevet escreveu: “Marcelo Ramos, vice-presidente da Câmara. Outro vagabundo pra olhar com carinho”.
Giancarlos respondeu: “Vou dar a dia [dica] para o pessoal lá do grupo. Kkkkk”. As mensagens foram trocadas em julho de 2021.
Monitoramento de Arthur Lira
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), também foi monitorado pelo programa espião First Mile. Conforme revelado anteriormente, até aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro desligavam seus celulares durante reuniões, temendo serem monitorados pela Abin.
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Operação Última Milha
As prisões de Marcelo Bomevet e Giancarlos Rodrigues fazem parte da 4ª fase da Operação Última Milha, que tem como objetivo desarticular uma organização criminosa envolvida em espionagem ilegal e produção de notícias falsas. Além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em diversas cidades do Brasil.
Contexto e Implicações
A operação destacou o uso de sistemas da Abin para monitorar ilegalmente autoridades públicas e produzir informações falsas. “Os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio”, informou a Polícia Federal em nota.
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Foto: FotosPúblicas