Lula sinaliza que vai revogar o novo ensino médio
O presidente qualificou como “extraordinária” a carta de reivindicações apresentada pela UNE e indicou que iria atender às demandas apresentadas

Ferreira Gabriel
Publicado em: 14/07/2023 às 10:45 | Atualizado em: 14/07/2023 às 10:45
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou, na noite desta quinta-feira (13), que pode revogar o Novo Ensino Médio.
A fala ocorreu durante participação na 59ª edição do Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília.
Sem citar diretamente o tema, o presidente qualificou como “extraordinária” a carta de reivindicações apresentada pela UNE e indicou que iria atender às demandas apresentadas. Entre os pedidos, está a revogação imediata do novo ensino médio.
“Somente num governo eleito por vocês a gente é capaz de cumprir essa pauta” , disse Lula. Por diversos momentos, soaram da plateia os gritos de “revoga, revoga”.
Antes de Lula, o ministro da Educação, Camilo Santana, recebido com vaia por boa parte dos estudantes, falou mais diretamente sobre o assinto.
“Suspendi a implantação do Novo Ensino Médio no país e abrimos uma ampla escuta dos estudantes”, disse ele.
Também participaram do evento os ministros da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, da Cultura, Margareth Menezes, da Igualdade Racial, Anielle Franco, e dos Esportes, Ana Moser. O ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica, convidado especial, foi ovacionado pelos estudantes.
Na carta entregue a Lula, os estudantes universitários declaram apoio ao governo e apresentam outras demandas, como a reforma do ensino universitário, a manutenção da universidade pública, a regulamentação da educação privada, o aumento da oferta de bolsas e investimentos em pesquisa e extensão.
O tema do Congresso deste ano é “Em defesa da democracia: enfrentando o autoritarismo e o discurso de ódio no Brasil”.
O evento também trará a memória dos 50 anos do desaparecimento do ex-presidente da entidade e estudante de geologia, Honestino Guimarães, durante a ditadura militar.
Leia mais na matéria de Edla Lula no Correio Braziliense
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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil