Lote de milícia só seu era promessa ao matador de Marielle Franco

Ele informou que os irmãos Brazão prometeram que ele seria um dos donos do empreendimento criminoso

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 27/05/2024 às 10:19 | Atualizado em: 27/05/2024 às 10:19

Ronnie Lessa, ex-policial militar, um dos assassinos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, recebeu a promessa de que teria um lote de milícia só dele.

Esse, portanto, seria o pagamento pela execução de Marielle, conforme confessou em delação, divulgada ontem (26) pelo Fantástico. Como informa o g1.

Dessa forma, Ronnie confessou o crime pela primeira vez e apontou os mandantes. Além disso, ele contou como foi o planejamento. 

De acordo com a publicação, Lessa não disse quando começaria a ocupação. Mas ele informou que os irmãos Brazão prometeram que ele seria um dos donos do empreendimento criminoso.

“Então, na verdade, eu não fui contratado para matar Marielle, como um assassino de aluguel. Eu fui chamado para uma sociedade”.

Da mesma forma, o matador falou durante duas horas sobre o plano para assassinar a vereadora e como acreditou que a proposta criminosa seria o negócio da vida dele.

“Não é uma empreitada, para você chegar ali, matar uma pessoa, ganhar um dinheirinho… Não”, afirmou.

Por conseguinte, Ronnie Lessa apontou o ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brasão como os mandantes do crime.

Como resultado, ele disse que como pagamento, os irmãos Brazão ofereceram a ele e a um de seus comparsas, o Macalé (apelido do ex-PM Edimilson de Oliveira), um loteamento clandestino na Zona Oeste do Rio, avaliado em milhões de reais.

“Era muito dinheiro envolvido. Na época, daria mais de 20 milhões de dólares. A gente não está falando de pouco dinheiro […]. Ninguém recebe uma proposta de receber dez milhões de dólares simplesmente para matar uma pessoa”

Em suma, Ronnie Lessa apontou aos investigadores, com uso de satélite, as supostas áreas onde seriam criados os loteamentos.

No relatório das investigações, a Polícia Federal afirma que não foi possível encontrar evidências concretas de planejamento para ocupar a área.

Segundo a delação, eles se reuniram três vezes. Na conversa, Marielle era citada pelos Brazão como um entrave para o esquema.

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Foto: reprodução/vídeo