Ligação de Bolsonaro a Mourão para ajustar depoimento pode ter reação da PGR

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que a Procuradoria-Geral da República (PGR) que deve contestar o depoimento do senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS). 

É que em depoimento ao STF, na última sexta-feira 23, como testemunha Mourão negou ter participado de reunião sobre a trama golpista de Jair Bolsonaro (PL).

Conforme informação do site Carta Capital, mais cedo, o site Metrópoles divulgou que Bolsonaro ligou para o senador.

Com isso, ele ligou para pedir que ele “reforçasse” pontos em seu depoimento que considerava importantes para sua defesa.

Assim, ainda segundo o portal, Bolsonaro pediu que Mourão dissesse que nunca ouviu o ex-presidente falar em ruptura institucional ou mencionar um planejamento para o 8 de Janeiro.

Dessa forma, Mourão foi ouvido como testemunha dos ex-ministros Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto (PL).

Então, em conversa reservada nesta quarta-feira 28, em meio aos depoimentos da trama golpista na Corte, os ministros decidiram esperar a PGR se manifestar a respeito da ligação.

Ou seja, cabe a ela pedir a adoção de alguma medida contra Bolsonaro. A avaliação, no entanto, é que uma eventual prisão do ex-presidente poderia atrapalhar.

A estratégia, então, é aguardar o depoimento de Bolsonaro ao STF para cobrar esclarecimentos. Outra possibilidade é convocar novamente Mourão para que ele fale sobre o telefonema.

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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil