Kids pretos de Bolsonaro: sob pedido de extinção, Exército cria mais cursos

O Exército cria novos cursos para Forças Especiais em meio a investigações da PF sobre tentativa de golpe.

Diamantino Junior

Publicado em: 23/12/2024 às 12:31 | Atualizado em: 23/12/2024 às 12:31

O Estado-Maior do Exército, sob o comando do general Richard Fernandez Nunes, aprovou a criação de dois novos cursos voltados para a formação de militares das Forças Especiais, os “Kids Pretos”. A medida ocorre enquanto as Forças Especiais enfrentam escrutínio por seu envolvimento em investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF), que apuram a tentativa de golpe de Estado em 2022.

Os cursos, um para oficiais e outro para sargentos, têm como objetivo preparar militares para ocuparem funções no Comando de Operações Especiais e na 3ª Companhia de Forças Especiais.

A formação inclui treinamentos avançados em operações de alto risco e sigilo, como ações de guerrilha, terrorismo e insurreição.

Investigação e prisões

A Polícia Federal aponta que o general da reserva Mário Fernandes, um dos membros das Forças Especiais, seria um dos principais articuladores do plano golpista.

Ele, junto a outros três militares — incluindo oficiais de alta patente — foi preso em novembro sob suspeita de participação no detalhado esquema, conhecido como “Punhal Verde e Amarelo”.

O plano incluía o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.

Histórico e estrutura das Forças Especiais

Popularmente conhecidos como “Kids Pretos” devido ao gorro preto que utilizam, os militares das Forças Especiais recebem formação em centros especializados em Niterói (RJ), Goiânia (GO) e Manaus (AM).

O efetivo atual é estimado em 2,5 mil militares, que podem ser acionados apenas sob ordem direta do Comando do Exército.

Continuidade das Forças Especiais

Diante das suspeitas de envolvimento das Forças Especiais no ataque à democracia brasileira, o PSOL apresentou um pedido ao Ministério da Defesa para a extinção do batalhão.

Enquanto isso, o Exército defende que as tropas são indispensáveis para missões críticas e estratégicas em todo o território nacional.

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Os novos cursos, formalizados em portaria publicada no último dia 10 de dezembro, destacam o interesse do Exército em reforçar a especialização de seus quadros, mesmo em meio às controvérsias sobre o papel das Forças Especiais no cenário político nacional.

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Foto: reprodução