Marco temporal: Mendonça pede vista e decisão agora não tem data
O pedido de vista ocorreu após o voto favorável do ministro Alexandre de Moraes, que reconheceu o direito dos indígenas de ocuparem as terras.

Diamantino Junior
Publicado em: 07/06/2023 às 16:30 | Atualizado em: 07/06/2023 às 16:30
O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou mais tempo para analisar o caso e interrompeu o julgamento do marco temporal das terras indígenas. A informação é de Renato Souza e Luana Patriolino e publicada no Correio Braziliense.
Mendonça afirmou que é necessário realizar uma reflexão mais aprofundada, não apenas por parte dele, mas de todo o colegiado.
Com o pedido de vista, o ministro terá 90 dias para devolver o processo e dar continuidade ao julgamento.
Essa decisão ocorreu após o voto do ministro Alexandre de Moraes, que reconheceu o direito dos indígenas de ocuparem as terras e destacou que a violência forçou muitas comunidades a se deslocarem, invalidando assim o marco temporal como base constitucional.
O marco temporal, se validado pelo STF, permitiria a demarcação apenas das terras indígenas ocupadas até 1988.
Essa questão é polêmica, pois envolve o direito à moradia das comunidades que historicamente sofreram com violências e expulsões desde a chegada dos portugueses ao Brasil.
Leia mais
Marco temporal: 2 mil indígenas acampados à espera do STF
A decisão final do STF terá um impacto significativo, podendo aumentar os conflitos de terras em todo o país, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.
O julgamento, que teve início no ano passado, estava suspenso devido a um pedido de vistas feito pelo ministro Alexandre de Moraes.
A ação foi marcada pela presidente do STF, Rosa Weber, após um apelo da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.
Espera-se que o tema demande mais de uma sessão devido à sua complexidade.
Até o momento, foram proferidos dois votos: Edson Fachin contra a tese do marco temporal e Kássio Nunes Marques a favor.
Foto: Carlos Moura/SCO/STF