Juiz que defendia com empresários golpe contra Lula é afastado pelo CNJ

Corregedor também determinou a abertura de um processo administrativo para investigar as ações de Marlos Malek

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Mariane Veiga

Publicado em: 20/09/2023 às 18:46 | Atualizado em: 20/09/2023 às 18:53

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) afastou o juiz federal do Trabalho Marlos Melek de suas funções em decorrência de sua participação em grupo de WhatsApp de apoio a um golpe contra a vitória de Lula da Silva (PT).

Além disso, o CNJ determinou a abertura de um processo administrativo para investigar as ações do juiz.

A informação foi, inicialmente, publicada pela coluna da jornalista Bela Megale, do jornal o Globo.

Segundo a publicação, “em seu voto, o corregedor nacional de Justiça e relator do caso, Luis Felipe Salomão, destacou que o juiz ‘escolheu permanecer no grupo ‘Empresários & Política’, mesmo sem ser empresário e apesar do vasto elenco de disposições legais que determinam o seu afastamento de temas que envolvam política, por ser magistrado”.

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Salomão destacou também que membros do grupo, empresários bolsonaristas, foram alvos de busca e apreensão por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) e estão sob investigação.

Um dos participantes do grupo é o bolsonarista Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan.

O corregedor observou que Melek “fez comentários no grupo”, e foi precisamente a declaração do magistrado que motivou a denúncia apresentada contra ele por entidades junto ao CNJ.

Em sua interação na plataforma de mensagens, o juiz comentou uma matéria com o título “Empresários Atacam Igreja Católica” e a classificou como “ideológica”.

Na sua defesa perante o CNJ, Melek argumentou que havia expressado apenas uma opinião “sem qualquer conotação eleitoral ou política”.

Salomão, contudo, destacou ser “evidente que as discussões no grupo ‘Empresários & Política’ estavam relacionadas ao Partido dos Trabalhadores, ao candidato à Presidência da República por esse partido político, à oposição entre ele e o então Presidente da República e à rivalidade entre ambos, bem como a todos os temas derivados disso”.

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Foto: G.Dettman/CNJ/Divulgação