Jóias vendidas: falta um tiquinho para PF indiciar Michelle Bolsonaro

As diligências apontam que parte dos kits de joias vendidos por ex-auxiliares de Jair Bolsonaro era destinada a Michelle

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Ferreira Gabriel

Publicado em: 15/08/2023 às 13:50 | Atualizado em: 15/08/2023 às 13:50

A Polícia Federal já avalia ter elementos para indiciar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no caso das joias sauditas.

As diligências apontam que parte dos kits de joias vendidos por ex-auxiliares de Jair Bolsonaro era destinada a Michelle.

Preparando-se para complicações com a Justiça, a ex-primeira-dama contratou o advogado Daniel Leon Bialski. Em nota, o criminalista ressaltou ao Correio que Michelle “desconhece ter ocorrido irregularidade ou ilicitude” no caso das joias sauditas.

O comunicado destaca que foi solicitado acesso aos autos para “conhecer quais as suspeitas existentes” e que mencionam o nome da esposa do ex-presidente.

Agentes apuram possível crime de peculato, que é o desvio de recursos públicos. Além de Michelle, estão sendo investigados nesse suposto esquema o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid; o pai dele, general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid; o tenente Osmar Crivelatti e o advogado da família Frederick Wassef.

A PF pediu a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Bolsonaro e de Michelle e aguarda uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O nome de Michelle foi citado pela primeira vez quando o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, foi ao Aeroporto de Congonhas, em outubro de 2021, pressionar servidores da Receita Federal a liberarem um conjunto de joias presenteado pelo governo da Arábia Saudita. Para tentar convencer os auditores, o ministro enfatizou que os itens eram destinados a Michelle.

Os demais depoimentos, coleta de provas e conversas de mensagens corroboram com a fundamentação de um indiciamento da ex-primeira-dama. A informação foi revelada pelo G1 e confirmada pelo Correio junto a fontes na corporação.

Leia mais na matéria de Renato Souza no Correio Braziliense

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Foto: José Cruz/Agência Brasil