Joias: Cid revela a Wajngarten que tudo está documentado

O escândalo de joias que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro continua a se desdobrar, com investigações em andamento e mensagens reveladoras entre Mauro Cid e Fábio Wajngarten.

Diamantino Junior

Publicado em: 03/09/2023 às 10:23 | Atualizado em: 03/09/2023 às 10:23

O jornal Estadão iniciou, em março de 2023, uma investigação sobre o escândalo envolvendo joias ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O jornal revelou que o governo tentou importar ilegalmente um colar e brincos de diamante da Arábia Saudita, o que posteriormente levou a descobertas adicionais e a uma investigação mais ampla. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, já demonstrava preocupação com a situação desde março, quando enviou uma reportagem sobre o assunto para o então secretário de Comunicação Fábio Wajngarten.

As joias, inicialmente estimadas em R$16,5 milhões (posteriormente ajustadas as estimativas pela Polícia Federal (PF) para “mais de R$ 5 milhões”) foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos em outubro de 2021.

O governo Bolsonaro fez várias tentativas para recuperar esses itens, sem sucesso. Wajngarten, que também está envolvido na investigação, respondeu à mensagem de Cid com ceticismo, afirmando que nunca havia visto tanta ignorância.

A investigação revelou que as joias retidas na alfândega eram apenas parte de presentes recebidos pela Presidência em viagens internacionais e apropriados indevidamente.

A Polícia Federal iniciou a operação Lucas 12:2 para apurar um grupo de aliados de Bolsonaro acusados de vender joias e outros objetos de valor entregues a autoridades brasileiras em missões oficiais. Tanto Mauro Cid quanto Fábio Wajngarten foram intimados a depor na PF.

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A conversa entre Cid e Wajngarten em março já indicava o envolvimento deles na questão. A troca de mensagens não esclarece a quem se refere o termo “ignorância”, mas Cid destacou que tudo estava documentado. A investigação também envolveu um segundo conjunto de joias revelado pelo Estadão. Wajngarten passou a defender que essas joias fossem devolvidas ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Conversas posteriores entre Cid e Wajngarten sugerem uma tentativa de antecipar ações em relação às joias e à investigação em curso. A polêmica envolvendo as joias continua a ser uma parte importante da investigação em andamento.

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Foto: Geraldo Magela/Agência Senado