Petista Jean Willys quer Lula fora da eleição em 2026 e Simone Tebet no lugar

Jean Wyllys recomenda que Lula não dispute a reeleição em 2026 e apoie Simone Tebet, criticando o governo atual e sugerindo nova liderança para o PT.

Diamantino Junior

Publicado em: 27/05/2024 às 16:56 | Atualizado em: 28/05/2024 às 09:50

O ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) defendeu, na última sexta-feira, que o presidente Lula (PT) não dispute a reeleição em 2026 e que atue como “cabo eleitoral” da ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB). Segundo Wyllys, o Partido dos Trabalhadores (PT) deveria deixar de ser o protagonista. As declarações foram dadas em entrevista ao podcast ‘Futeboteco’.

“Eu acho que Lula não deveria se candidatar em 2026. Já deu. A figura dele já não tem mais a força. Acho que Lula pode ser cabo eleitoral, mas também não precisa ser o Haddad, que não tem essa popularidade”, afirmou Wyllys.

Em seguida, o ex-parlamentar sugeriu o nome de Tebet como candidata à presidência. Na sua avaliação, a ex-senadora deveria concorrer com o ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, como vice-presidente da chapa.

“Acho que era a hora do PT sair desse protagonismo e ir para a retaguarda, apostar no nome de Simone Tebet como candidata de cabeça de chapa e colocar Sílvio Almeida como vice. Simone Tebet tem um diálogo com a centro-direita, com as classes dominantes. Ela é ruralista, mas também é uma mulher. O PT vai estar com ela e tem Sílvio que representa a luta contra o racismo”, explicou.

Nas eleições de 2022, Tebet concorreu à Presidência e ficou em terceiro lugar, com 4,16% dos votos. No segundo turno, declarou apoio ao petista. Após a vitória de Lula, integrou a equipe de transição do governo e assumiu o Ministério do Planejamento desde a posse.

Apesar das suas declarações, Jean Wyllys reconheceu que este cenário pode não se concretizar, uma vez que o PT tem o costume de lançar candidaturas próprias nas eleições majoritárias. Ele também mencionou a “vaidade” de Lula como um possível obstáculo.

Durante a entrevista no podcast, Wyllys fez críticas à gestão de Lula, caracterizando-a como um governo de centro-direita. No entanto, elogiou os ministros Anielle Franco (Igualdade Racial), Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e Sílvio Almeida (Direitos Humanos), embora afirmasse que eles não possuem expressão política significativa.

“Ele construiu uma frente ampla e, para manter a paz, ele não quer problemas. As pessoas que representam a agenda do século XXI são meramente emblemáticas. Elas não participam da real política, não têm força dentro do próprio governo: Anielle Franco, Sonia Guajajara, Silvio Almeida”, criticou Wyllys.

Apesar das críticas, Wyllys reconheceu que um governo de centro-direita é um avanço em relação à última gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a qual classificou como extrema-direita.

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Foto: Cláudio Kbene/PR