Israel retira diplomatas de países europeus que reconhecem Palestina
Os governos da Irlanda, Noruega e Espanha reconheceram a independência do Estado Palestino, causando tensão com Israel, que retirou seus diplomatas desses países.

Diamantino Junior
Publicado em: 23/05/2024 às 12:02 | Atualizado em: 23/05/2024 às 12:05
Em um gesto histórico que gerou tensão com o Estado de Israel, os governos da Irlanda, Noruega e Espanha anunciaram o reconhecimento da independência e soberania do Estado Palestino. Em resposta, Israel retirou seus diplomatas desses países, destacando a controvérsia e as complexidades envolvidas na busca pela paz no Oriente Médio.
Este movimento está sendo observado de perto por outros países europeus, como Eslovênia e Malta, que podem seguir o mesmo caminho.
Desde 1988, um total de 144 dos 193 países membros da ONU já reconheceu o Estado Palestino, incluindo o Brasil.
De acordo com o jornalista Jamil Chade, em sua coluna no UOL, a lógica por trás deste anúncio é relançar a ideia de que a paz no Oriente Médio só será possível com a implementação de uma solução de dois estados.
Embora essa fosse considerada a única solução viável para a crise por muitos anos, críticos apontam que Israel tem tomado medidas nos últimos meses que inviabilizam a existência de um estado palestino.
Jonas Gahr Støre, primeiro-ministro da Noruega, foi o primeiro a fazer o anúncio, explicando que o reconhecimento visa alcançar a paz na região.
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Ele afirmou que a solução de dois estados é também do interesse de Israel. No caso de Oslo, o reconhecimento entrará em vigor a partir de 28 de maio.
O gesto desses países europeus é politicamente significativo e já provocou reações imediatas.
O governo de Benjamin Netanyahu, em resposta, anunciou a convocação de seus representantes na Irlanda e Noruega de volta para Tel Aviv.
Esta decisão destaca a oposição de Israel ao movimento, alegando que os governos europeus estão fortalecendo o Hamas ao tomar tal atitude.
Em paralelo, o promotor-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, solicitou mandados de prisão contra o líder do Hamas, Yahya Sinwar, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, por acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade relacionados aos ataques de 7 de outubro a Israel e à guerra subsequente em Gaza.
Khan também busca mandados para o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e outros líderes de alto escalão do Hamas, incluindo Mohammed Deif e Ismail Haniyeh.
As acusações incluem extermínio, assassinato, tomada de reféns, estupro e agressão sexual em detenção. Esta é a primeira vez que o TPI visa o líder máximo de um aliado próximo dos Estados Unidos, marcando um momento crítico no cenário internacional.
A decisão dos países europeus de reconhecer a Palestina e a reação subsequente de Israel sublinham as complexidades e tensões persistentes no esforço para alcançar uma solução pacífica no Oriente Médio.
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Foto: RS via Fotos Publicas