Investigação do golpe de Bolsonaro vai se encerrar, Moraes solta coronel
O coronel do Exército Marcelo Câmara foi preso em 8 de fevereiro, na operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal (PF).

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 17/05/2024 às 10:05 | Atualizado em: 17/05/2024 às 10:06
A investigação sobre a tentativa de golpe de Estado com o objetivo de manter Jair Bolsonaro (PL) no poder após perder as eleições de 2022 vai se encerrar.
Nesse sentido, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a soltura de Marcelo Câmara (destaque na foto), ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro. Como informa a jornalista Andréia Sadi.
Dessa forma, o coronel teve liberdade decretada nesta quinta-feira (17) e deve cumprir uma série de medidas cautelares para continuar com o benefício.
Segundo o blog da Andréia Sadi, Moraes impõe o uso de tornozeleira eletrônica para a liberdade condicional.
Ou seja, ao justificar a medida, o ministro cita o entendimento da PGR de que a prisão de Câmara se mostrava adequada quando ocorreu, mas que poderia ser revista por causa do andamento das investigações.
“Os depoimentos dos principais alvos foram colhidos e a investigação encontra-se em via de conclusão, o que reduz a possibilidade de interferências indevidas na persecução penal “, diz a PGR.
Ainda segundo Sadi, fonte ouvida pelo blog diz que a expectativa é de que a Polícia Federal finalize o inquérito em julho.
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O coronel
O coronel do Exército Marcelo Câmara foi preso em 8 de fevereiro, na operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal (PF), que investiga a tentativa de dar um golpe de Estado.
A determinação foi do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O militar também é suspeito de participar de “monitoramento do itinerário, deslocamento e localização do Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e de possíveis outras autoridades da República com objetivo de captura e detenção quando da assinatura do decreto de Golpe de Estado”.
Provas
Então, no documento, Moraes diz que as provas colhidas pela Polícia Federal indicam que Câmara “atuou de forma relevante no núcleo de inteligência da organização criminosa investigada”.
Também que o ex-assessor de Bolsonaro tinha “significativa proximidade ao ex-presidente, assumindo posição de relevo na dinâmica golpista, por atuar como responsável pelo núcleo de inteligência paralela que operava na coleta de informações sensíveis e estratégicas para auxílio na tomada de decisões do então presidente”.
Assim, catando o argumento da PGR, Moraes definiu que a prisão de Câmara poderá ser substituída por outras medidas cautelares. Veja algumas das imposições definidas:
- proibição de utilização de redes sociais próprias ou por terceira pessoa;
- proibição de comunicação com os demais investigados;
- suspensão imediata de documentos de porte de arma de fogo e registros de CAC;
- proibição de se ausentar da comarca e recolhimento domiciliar no período noturno e finais de semana com o uso de tornozeleira eletrônica;
- obrigação de apresentar-se à Justiça semanalmente, todas as segundas-feiras;
- entrega e cancelamento de todos os passaportes;
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Foto: Presidência da República