(Má) influenciadora, nordestina Karol Ferreira detona amazonenses

Não resta dúvida que a internet e suas modernidades trouxeram imensuráveis ganhos para a vida humana, em todos os setores. Entretanto, ao mesmo tempo revelou comportamentos, preconceito, xenofobia, falta de educação, menosprezo, desconhecimento, ignorância e um monte de mazelas.

Como, por exemplo, o surgimento dos tais influenciadores digitais, muitos, na verdade, que se aproveitam para práticas ilícitas e disseminar conteúdos odientos nas redes mundiais. É o caso da nordestina Karol Ferreira.

Após visitar o estado do Amazonas, ela que é natural da Paraíba, de uma região igualmente discriminada pelos sulistas como o norte do país, postou vídeos em redes sociais para tentar humilhar os amazonenses.

Menos pela ignorância de chamar os moradores do estado de índios, que, ao contrário do que afirma nos posts, os povos originários têm orgulho de suas origens. A má influenciadora de 64 mil seguidores em apenas um perfil no Instagram vai muito além ao destilar xenofobia aos amazônidas.

“Geralmente quem mora aqui [no Amazonas] são índios ou são descendentes de índios […] E eles são todos parecidos”, diz trecho de vídeo.

A blogueira, por ignorância pura, porque nunca deve ter estudado sobre, desconhece que o estado e a capital Manaus abriga milhares de nordestinos. Se fosse dada a pesquisar antes de exibir sua má formação educacional, Karol Ferreira, com muita possibilidade, pode até ter parentes no Amazonas.

“Aqui também eu percebi que eles não têm muita perspectiva de crescer, como a gente tem. Eles são meio que mais acomodados, eles não ligam muito…”.

Espalhadora de mentiras

Mais do que isso, a blogueira que consegue influenciar a cabeça de 64 mil pessoas, talvez até alguns amazonenses no meio, também dissemina mentiras (fake news, para ficar em um termo da hora). Veja isso:

“No Amazonas as cidades são formadas, basicamente, por ilhas. A capital é Manaus, mas alguns conhecem o que é capital, outros não”.

Considerando o grau de conhecimento que ela mostrou ter, é bem provável que tenha sido influenciada por Parintins, que realmente é uma ilha. Contudo, mais de 90% das 61 cidades do interior do Amazonas surgiram às margens dos grandes rios.

“Eles não viajam muito, até porque aqui é meio que distante de tudo, né?”.

Meio não, é muito distante. Porém, os amazonenses viajam, e muito. Principalmente para a terra da má influência Karol Ferreira. As belas cidades do Nordeste, principalmente Ceará, Rio Grande do Norte e a Paraíba da blogueira são destinos visitados durante todo o ano.

Sem contar que o amazonense voa para Miami, Orlando, vai de carro para o Caribe, Colômbia, Machu Pichu, onde não se tem certeza se Karol Ferreira já pisou alguma vez.

Leia mais

Indígenas são maltratados na busca de serviços públicos no Amazonas

Sem-noção

Outra prova do obscurantismo da influencer digital é quanto ao alcance da própria ferramenta com que ganha a vida. Nota-se em um trecho do vídeo que ela não tem muita noção da proporção global que uma mensagem na internet toma. Karol imaginou-se falando apenas aos seus:

“A qualidade de vida aqui não é boa, como a do Nordeste, sabe? É caro e é um pouco meio atrasado perante as coisas que a gente vê aí. As músicas aqui são músicas bem antigas, tipo, de dez, quinze anos atrás. O estilo de músicas que eles escutam, bem antigas”.

Naturalmente, como resultado de sua infeliz avaliação do povo amazonense, Karol está tendo severas reações em suas redes sociais.

Veja o post da ignorância

Foto: reprodução/rede social