Hugo Motta procura o STF para explicar fala sobre atos golpistas
O presidente da Câmara, Hugo Motta, buscou diálogo com ministros do STF para esclarecer sua fala sobre os atos de 8 de janeiro e evitar desgastes políticos.

Diamantino Junior
Publicado em: 10/02/2025 às 13:50 | Atualizado em: 10/02/2025 às 13:53
O presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou recentemente que os atos de 8 de janeiro de 2023 não foram uma tentativa de golpe e classificou como “exageradas” as punições aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) aos condenados. A declaração gerou repercussão e preocupações nos bastidores políticos e jurídicos.
Diante do impacto de suas falas, Motta buscou contato com ministros do STF para esclarecer sua posição. Entre os magistrados procurados, estavam Alexandre de Moraes, relator dos processos relacionados aos ataques, e Gilmar Mendes. Segundo aliados do presidente da Câmara, o objetivo foi evitar que a polêmica ganhasse proporções maiores.
Na conversa, Motta argumentou que a severidade das penas aplicadas gerou um sentimento de vitimização entre alguns dos condenados. No entanto, ele reiterou que sua intenção era diferenciar aqueles que praticaram atos de vandalismo e depredação dos que apenas participaram da manifestação.
Dois ministros do STF confirmaram à coluna que foram procurados pelo parlamentar e elogiaram sua disposição para dialogar. No entanto, ressaltaram que os julgamentos ocorreram dentro dos parâmetros legais e que houve ampla concordância entre os magistrados sobre as condenações.
Relação entre os Poderes e agenda da Câmara
Apesar da repercussão, Hugo Motta reafirmou seu compromisso com a pacificação entre os Poderes. Segundo o colunista Lauro Jardim, ele quer superar essa polêmica e focar na votação de projetos prioritários para sua gestão na Presidência da Câmara.
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Motta também tem enfatizado que anistiar os condenados do 8 de janeiro não está entre suas pautas, afastando qualquer possibilidade de discussão sobre o tema no Congresso.
Leia mais coluna de Bela Megale, publicado no jornal O Globo.
Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados